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Ministro da Economia diz que pacote laboral implica «perda de conforto»

A CGTP-IN acusa o Governo de «assaltar os direitos» e denuncia que as promessas de «mais dinheiro no bolso» nunca se materializam, citando a precariedade e os baixos salários que persistem no país.

CréditosAntónio Pedro Santos / Agência Lusa

O ministro da Economia do Governo PSD/CDS confessou esta quarta-feira que o novo pacote laboral em discussão implica uma «perda de conforto» para os trabalhadores. A declaração, feita durante uma intervenção pública, foi rapidamente classificada pela CGTP-IN como a «confissão de um Governo que assalta os direitos».

Num comunicado enviado à imprensa, a central sindical argumenta que a admissão do ministro deixa «a preto no branco o sentido e alcance das medidas que o Governo e o patronato querem impor nas vidas de quem trabalha». A CGTP-IN contrapõe a tese governamental de que as alterações resultarão, «como resultado final», em «pôr mais dinheiro no bolso das pessoas», considerando-a «estafada» e não comprovada pela história recente.

A Intersindical Nacional relembra que promessas idênticas foram feitas em revisões laborais anteriores, «a começar por aquela feita há mais de 22 anos». No entanto, o que permanece no mundo do trabalho português, segundo a central sindical, é a «precariedade», com Portugal no pódio da UE com a maior percentagem de trabalhadores com vínculos precários e salários 40% inferiores à média da zona euro.

«Os governos passam, os ministros mudam, mas o lastro de sucessivas e negativas revisões da legislação laboral ficam nas vidas de quem trabalha», afirma a CGTP-IN, sublinhando que os trabalhadores perdem não apenas «conforto», mas também a possibilidade de conciliar a vida profissional com a pessoal e familiar.

A central sindical defende que, «ao contrário do que é dito, mais direitos, mais salários já, não só não são inimigos do crescimento da economia e do desenvolvimento do país, como são uma condição para o promover».

Perante este cenário, a CGTP-IN apela à «mobilização e participação de todos os trabalhadores» na luta contra o pacote laboral. A greve geral marcada para 11 de Dezembro é apontada como um «momento alto de rejeição» da proposta do Governo, que «só acentua o que de pior a legislação laboral tem».
 

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