No quadro da dinamização da Semana da Igualdade entre 8 e 12 de Março, sob o lema «Defender a Saúde, dignificar o Trabalho, avançar na Igualdade», a Comissão para a Igualdade entre Mulheres e Homens (CIMH) da CGTP-IN divulga, ao longo do mês de Fevereiro, sete estudos temáticos sobre a situação da mulher no trabalho.
Depois da natalidade, saúde e habitação, o quarto estudo hoje divulgado incide sobre as desigualdades salariais entre homens e mulheres, num contexto marcado por uma forte participação das mulheres no mercado de trabalho, quer em taxa de emprego, quer em número de horas trabalhadas.
Segundo o estudo, as mulheres trabalhadoras ganham salários mais baixos do que os trabalhadores do sexo masculino, apontando para dados do INE, referentes ao 4.º trimestre de 2020, que situam este valor numa média inferior em 14%.
A desigualdade é ainda mais elevada quando comparados os ganhos nas qualificações mais altas, atingindo um diferencial de 26,1% entre os quadros superiores.
Nos ganhos mensais, a distância atinge os 17,8%, já que «os homens trabalhadores fazem mais trabalho extraordinário e alcançam mais prémios», devido às penalizações que resultam «das ausências ocorridas sobretudo entre as mulheres, como as que se relacionam com a família», pode ler-se no relatório.
O estudo refere ainda que o acesso de mulheres a cargos dirigentes na Administração Pública é de 41%, apesar de estas constituirem 61% dos trabalhadores do sector, o que se traduz nos salários.
As mulheres ocupam com maior frequência postos de trabalho em que apenas se recebe o salário mínimo nacional, acrescenta o documento, sendo que, em Abril de 2019, cerca de 31% das mulheres recebiam o salário mínimo, face a 21% dos homens.
O estudo conclui que «a subvalorização do trabalho e das competências» das mulheres na retribuição também se reflecte «no baixo valor das prestações de protecção social e nas pensões de reforma, com situações, em muitos casos, de grave risco de pobreza e de exclusão social».
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