Segundo revelou à Lusa fonte da Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (Feviccom/CGTP-IN), que exigia um aumento remuneratório mínimo de 20 euros mensais para todos os trabalhadores, o novo acordo reflecte subidas entre os 17,85 para os encarregados gerais da categoria IX e os 19,50 euros para a generalidade do pessoal operário afecto à categoria XIV.
Em termos práticos, isso significa que os primeiros ficam agora com um ordenado-base de 867,82 euros, enquanto os trabalhadores do escalão profissional mais baixo passam a auferir 795,01 euros por mês. Aprendizes com idades entre os 16 e 18 anos, por sua vez, irão ganhar 700 a 725 euros mensais.
O subsídio de refeição também aumenta: os sindicatos queriam que este evoluísse de 5,55 para 6 euros diários, a Associação Portuguesa da Cortiça (APCOR) propunha os 5,60 e a conciliação do Governo fechou as contas nos 5,65 euros. Estas conquistas têm efeitos retroactivos a 1 de Junho de 2019.
Para o presidente do Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte (SOCN/CGTP-IN), Alírio Martins, «a cedência em relação aos valores reclamados no início foi mínima, para não se arrastar mais o processo», e os aumentos finais comprovam que «o sector tem efectivamente condições económicas e financeiras para uma mais justa e necessária distribuição da riqueza».
O dirigente sindical realça, aliás, que «a APCOR foi forçada a subir o valor que ela própria tinha rotulado como o ‘maior aumento salarial do século' e que, afinal, agora foi ultrapassado».
Quanto à intervenção do Governo para conciliação das partes, o que aconteceu a pedido da própria Feviccom, Alírio Martins considera a medida adequada, mas realça que o que foi «decisivo» para a actualização salarial obtida foi «as diversas acções de luta realizadas este ano pelos trabalhadores do sector corticeiro».
Com agência Lusa
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