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As «pessoas» corticeiras vão-se «fazer ouvir»

Para a próxima terça-feira, está marcada uma greve nacional no sector corticeiro, que, apesar dos resultados líquidos «assinaláveis», propõe aumentos salariais «miseráveis», denunciam os sindicatos.

Trabalhadores rejeitam o horário concentrado de 12 horas em 3 dias de turnos contínuos e não aceitam o fim do sábado e do domingo como dias de descanso
Os trabalhadores do sector corticeiro marcaram uma greve para dia 29, exigindo aumentos salariais bem mais expressivos e melhores condições de vida CréditosNuno Veiga / Agência Lusa

A greve agendada para dia 29 inclui uma concentração de trabalhadores, às 11h30, frente à sede da associação patronal do sector (APCOR), em Santa Maria de Lamas, no concelho de Santa Maria da Feira.

«Apesar da pandemia, os trabalhadores e as trabalhadoras corticeiras não pararam de produzir riqueza, num sector que é altamente rentável», em que «os resultados líquidos [são] assinaláveis» – 68 milhões de euros –, mas «os aumentos salariais são miseráveis: dez euros por mês», afirmam numa nota de imprensa a Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (Feviccom/CGTP-IN), o Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte (SOCN/CGTP-IN) e o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Cerâmica, Cimentos e Similares do Sul e Regiões Autónomas (STCCMCS/CGTP-IN).

O ano de 2020 foi «um dos melhores de sempre», como se pode verificar pelas palavras do presidente da Corticeira Amorim (Relatório Anual Consolidado de 2020), que os sindicatos citam na nota.

«Ao longo destes meses, a Corticeira Amorim não deixou de corresponder à sua forte responsabilidade na cadeia de abastecimento do sector vinícola, tudo fazendo para manter a produção e continuar a servir tempestivamente os seus Clientes.»

«A resposta das nossas Pessoas foi excepcional, assegurando, mesmo nas alturas mais difíceis, a manutenção do normal desempenho e acompanhamento dos Clientes. Neste contexto, muitos foram os desafios e dificuldades que fomos encarando com determinação. E, apesar de tudo, foi um ano positivo para a actividade: vendas resilientes, reforço da rentabilidade operacional e resultados líquidos assinaláveis.»

Assim, as organizações sindicais afirmam que «as pessoas» vão «fazer ouvir a sua voz no dia 29», exigindo: 45 euros de aumento salarial mensal; sete euros para o subsídio de refeição diário; acréscimos no pagamento do trabalho nocturno e nos turnos, e diuturnidades para todos, sem discriminações.

Reclamam ainda 25 dias úteis de férias; dispensa no dia de aniversário e a melhoria geral das condições de trabalho em cada empresa.

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