|abuso patronal

Hospital CUF Porto impõe horários de 12 horas

Abusos da administração do Hospital CUF do Porto forçaram o Sindicato de Hotelaria do Norte a pedir a intervenção do Ministério do Trabalho. Trabalhadores convocaram acção sindical para dia 17, às 8h.

Hospital CUF Porto 
Créditos / josedemello

Numa semana repleta de feriados, nunca é demais lembrar que «o Hospital CUF Porto não paga devidamente o trabalho prestado» nesses dias, pagando apenas metade do que aquilo a que está obrigado pelo Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) em vigor, denuncia o Sindicato de Hotelaria do Norte (SHN/CGTP-IN), em comunicado enviado ao AbrilAbril.

Outra das práticas do hospital, que faz parte de um dos maiores grupos privados do sector (José de Mello Saúde), é a imposição de «horários horríveis de 10 a 12 horas diárias». Discriminando «os trabalhadores na progressão das carreiras, na atribuição de prémios e nos salários», a administração consegue quase fazer o pleno de abusos laborais.

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CUF Porto vai receber doentes do SNS com Covid-19

O acordo entre a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte) e a CUF, no Norte do País, será formalizado dentro de dias. Valores partem de 1962 euros até 12 861 euros, nos casos mais graves. 

Créditos / Pixabay

É o pontapé de saída tão aguardado pelos privados da saúde. Segundo indicou ao Expresso fonte da empresa detida pelo Grupo José de Mello, está fechado o acordo com a ARS Norte com vista a disponibilizar, «em função da sua ocupação, as camas existentes no Hospital CUF Porto para doentes Covid-19». 

A empresa representante da maior rede de hospitais privados em Portugal diz que este foi o acordo possível, alegando que os termos do protocolo não reflectem os custos reais do tratamento desta patologia, mas «confiando que exista oportunidade para que estes valores sejam revistos». 

Nos protocolos de adesão, onde se inclui a possibilidade de o Serviço Nacional da Saúde (SNS) encaminhar para unidades privadas pacientes com outras patologias, prevê-se o pagamento de 1962 euros por cada episódio de internamento sem ventilação, ou com ventilação até 96 horas, e de 12 861 euros nos casos mais graves, e que permanecem no hospital, com recurso a ventilação, além de quatro dias.

Esta terça-feira, o líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, revelou que a sua «solução», de contratualização com os sectores privado e social, foi dada como garantida pelo Presidente da República no âmbito do próximo estado de emergência. 

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O SHN realizou várias reuniões com a empresa, tentando «convencer a CUF a pagar o trabalho em dia feriado a 200%, a estabelecer horários de oito horas, previsíveis e definitivos», sem sucesso. Para assegurar «o direito dos trabalhadores a vida própria, reclamou a progressão na carreira para todos, bem como igualdade nos aumentos salariais e nos prémios», tudo isto, que mais não é do que o mínimo, a empresa recusou. 

Esta postura, de flagrante desrespeito pelos direitos laborais dos trabalhadores, levou o sindicato a requerer a intervenção do Ministério do Trabalho, «onde está a decorrer um processo de conciliação» ao qual a empresa continua a resistir.

Face às recusas da administração em pagar o que é por direito dos trabalhadores (a CUF fez 34,7 milhões de euros de lucro, em 2021), o sindicato promove, no próximo dia 17 de Junho, a partir das 8h, uma acção sindical à porta do Hospital CUF Porto, na Estrada da Circunvalação, no Porto.

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