O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTM) dá resposta a cerca de 500 mil utentes e, desde há muito, «o poder político tem sido alertado para o subdimensionamento, tanto a nível de camas, como de profissionais», explica, em comunicado enviado ao AbrilAbril, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN): a administração já teve de abrir instalações de retaguarda, onde os doentes permanecem até terem «vaga» nos serviços de internamento.
A escassez de recursos humanos que afecta a instituição é evidente, tendo sido admitidos cerca de 50 enfermeiros com contratos de seis meses, precários, para garantir que o CHTS dava resposta às exigências.
Seis meses depois, o CHTS e meio milhão de utentes são empurrados, novamente, para uma situação de grande carência. «Os enfermeiros contratados com vínculo precário para dar resposta a necessidades permanentes foram todos despedidos». Desde Março que era solicitada a autorização para integrar, permanentemente, estes enfermeiros mas o Ministério das Finanças vetou a possibilidade.
Como consequência, o CHTS «vai encerrar o internamento transitório e os doentes vão ficar em macas na urgência, até que haja vaga nos serviços de internamento, repetindo-se o ciclo que inúmeras vezes aparece na comunicação social».
Acresce que os ritmos de trabalho dos enfermeiros das urgências vão aumentar exponencialmente: «se actualmente os cerca de 100 trabalhadores fazem 3000 horas mensais em trabalho suplementar, com o despedimento destes enfermeiros, dos quais 18 são das urgências, inevitavelmente levará a um agravamento das condições de trabalho pondo em causa a sua segurança e a dos doentes assim como os seus direitos», lamenta o SEP.
O sindicato, com vários dos enfermeiros dispensados, realizou hoje uma concentração em frente à instituição, denunciando publicamente o comportamento do Governo PS e a sua responsabilidade no agravar nas condições para os utentes desta instituição de saúde.