Os motivos que empurraram os enfermeiros da Unidade Local de Saúde do Algarve para a greve «são claras». Estes profissionais queixam-se da «falta de valorização» do seu enorme contributo, assim como da ausência de um reconhecimento pelo «papel dos enfermeiros na organização», refere nota do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN). A adesão a esta acção de luta (greves 2, 7 e 8 de Maio) rondou os 70%.
Sem uma resposta que «minimize o burnout das equipas», uma situação que se vai agravando à medida em que os meses passam e nenhuma nova contratação é feita para suprir as saídas, a ULS do Algarve não conseguirá evitar «a falta de cumprimento de regras negociadas e consagradas na Orientação sobre horários de trabalho dos Enfermeiros».
Todos os dias, os enfermeiros que estão na linha da frente assistem ao crescente número de pedidos de exoneração de colegas que procuram melhores condições de vida e de trabalho, uns saindo para «instituições que os valorizam mais» enquanto «outros abandonam a profissão», refere o sindicato.
A injustiça que estes profissionais de saúde enfrentam há anos «não desaparece, pelo contrário, agrava-se com o silêncio de uma administração que não nos responde». Os enfermeiros exigem o pagamento justo dos retroactivos desde 2018 (que a administração está a contestar judicialmente); uma «avaliação de desempenho justa»; o pagamento a 200% do trabalho realizado aos feriados e em dias de folga; o recrutamento de mais profissionais e o pagamento «das dívidas existentes».
A Unidade Local de Saúde do Algarve, criada em 2024, integra os três hospitais públicos (Faro, Portimão e de Lagos) desta região, assim como os três agrupamentos dos Centos de Saúde do Algarve (ACES) e as respectivas unidades funcionais no âmbito dos cuidados de saúde primários, os quatro Serviços de Urgência Básica e o Centro de Medicina Física e Reabilitação do Sul.
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