A tensão acumula-se. Há mais de três meses que os trabalhadores e o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (SITE Sul/ CGTP-IN) entregaram o seu caderno reivindicativo, realizaram uma primeira reunião negocial e, desde então, enfrentam um patronato que se remeteu ao silêncio.
A LEDR é uma empresa espanhola que presta serviços à Autoeuropa (e também à Volkswagen em Espanha). Cerca de 50 trabalhadores acompanham, em regime de quatro turnos, o processo de pintura e banhos químicos das carroçarias. Quando a Autoeuropa abriu, em 1995, era a PPG que cumpria essas funções, tendo sido posteriormente substituída pela LEDR, que no processo aproveitou para eliminar uma parte dos benefícios existentes na anterior empresa.
Ao AbrilAbril, Nuno Santos, dirigente do SITE Sul, descreveu o processo de transição dos trabalhadores, de uma empresa para a outra: «Se quiserem ficar [sem os benefícios] podem ficar, se não querem, vão embora». A larga maioria destes trabalhadores recebe, hoje em dia, cerca de 1000 euros (a que acresce o subsídio de turno obrigatório por lei), com aumentos pontuais (decididos pela administração) na ordem dos 2%.
Ao fim de três meses, após uma reunião infrutífera com a administração da LEDR (que alegou logo que o contrato com a Volkswagen terminava em 2026 e «seria muito difícil estar a mexer nisto agora»), o SITE Sul considera que a empresa «teve tempo suficiente para apresentar a sua contraproposta ao Caderno Reivindicativo e prosseguir com a discussão no sentido de encontrar um resultado que vá ao encontro das expectativas dos trabalhadores».
Caso a LEDR mantenha o silêncio, o SITE Sul «não descarta a hipótese de discutir colectivamente com os trabalhadores, medidas a tomar para que estes possam manifestar o seu descontentamento e exigir respostas às suas reivindicações». Por enquanto, o sindicato relembra que a Fiequimetal/CGTP-IN avançou, em Janeiro de 2025, com um pré-aviso de greve ao trabalho extraordinário e dias feriados, a que os trabalhadores podem recorrer quando entenderem, expressando assim a sua exigência por melhores condições laborais.
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