A decisão foi tomada num plenário de trabalhadores realizado no início de Março com presença da secretária-geral da CGTP-IN, denunciou a desvalorização dos salários dos trabalhadores da empresa do grupo Mota Engil, que registou lucros de 22 milhões de euros em 2021.
«Nós temos este aumento do custo de vida brutal, mas, mesmo antes, já estes salários se afastavam do que já foram os salários dos trabalhadores destas empresas, aproximando-se do salário mínimo nacional. E grande parte destes trabalhadores recebem o salário mínimo nacional. Isto é inaceitável», criticou Isabel Camarinha.
A par de um «justo e real» aumento dos salários, os trabalhadores da Amarsul, que vão parar duas horas por turno, entre amanhã e sexta-feira, exigem um aumento do subsídio de refeição, a atribuição do subsídio insalubridade, penosidade e risco e o fim dos vínculos precários. Reivindicações a que se junta a melhoria das condições laborais e o respeito pelas normas de segurança e saúde no trabalho.
Os trabalhadores não aceitam os argumentos da administração da empresa para recusar aquilo que consideram ser um salário digno, numa empresa que era rentável quando estava no sector público.
«Não se justifica que, desde a privatização [da EGF], os preços da taxa dos resíduos sólidos estejam a subir e que os trabalhadores ganhem menos, numa empresa que, quando era gerida pelo sector público, era rentável. E que agora [a administração] vem advogar que tem prejuízo. Não se consegue perceber», disse na altura o coordenador da União de Sindicatos de Setúbal, Luís Leitão.
A Amarsul, uma das últimas privatizações do governo PSD e do CDS-PP, em 2015, é responsável pelo tratamento e valorização dos resíduos urbanos dos concelhos do Seixal, Sesimbra, Barreiro, Setúbal, Moita, Montijo, Palmela, Almada e Alcochete.
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