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|Assembleia da República

Relação entre políticos e grandes grupos económicos chega ao Parlamento

O BE anunciou uma comissão de inquérito parlamentar sobre os casos de promiscuidade entre o poder político e o poder económico, mas a proposta acabou por se centrar nas rendas do sector eléctrico.

António Mexia, presidente da EDP, com o ex-ministro da Economia Manuel Pinho, na Casa da Musica, no Porto. 7 de Julho de 2006
António Mexia, presidente da EDP, com o ex-ministro da Economia Manuel Pinho, na Casa da Musica, no Porto. 7 de Julho de 2006CréditosEstela Silva / Agência LUSA

Manuel Pinho, ex-ministro da Economia do PS, entre 2005 e 2009, é o último ex-governante a ver o seu nome envolvido na porta giratória entre o poder político e os negócios. No seu caso, estão em causa uma mesada de quase 15 mil euros que o BES, do qual foi administrador, lhe pagou enquanto esteve no governo, tal como o lugar de professor na Universidade de Columbia (EUA) que foi ocupar quando saiu, que foi pago pela EDP.

O BE apresentou hoje a proposta para a constituição de uma comissão de inquérito que, num primeiro momento, parecia centrar-se na promiscuidade entre poder político e poder económico, mas que acabou por limitar o objecto às rendas excessivas na energia, de que a EDP é a principal beneficiária e Pinho um dos responsáveis.

PS, PSD e CDS-PP com telhados de vidro

No entanto, como o PCP registou em comunicado, na segunda-feira, Manuel Pinho não foi o único ex-governante apanhado no triângulo que envolve ainda a EDP e o antigo BES. O presidente da eléctrica, António Mexia, foi ministro das Obras Públicas no governo de Santana Lopes (PSD/CDS-PP), do qual saiu, em 2005, directamente para o lugar que ainda hoje ocupa.

Também suspeito de receber quantias do BES através de sociedades registadas em offshore, num esquema idêntico àquele de que Pinho é acusado, está Miguel Frasquilho, que ocupou o lugar de secretário de Estado do Tesouro e Finanças no governo de Durão Barroso (PSD/CDS-PP). Foi alto quadro do BES até Abril de 2014, quatro meses antes da falência do banco, de onde saiu para a presidência da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

Esta tarde, na Assembleia da República, o líder parlamentar do PCP, João Oliveira, desafiou o BE a alargar o objecto da comissão de inquérito proposta, de forma a não se limitar ao sector energético. Os comunistas pretendem que sejam abordados «o conjunto de ligações entre sucessivos governos e as principais empresas e grupos económicos, não apenas no sector eléctrico mas também em sectores como a Banca, Correios, Telecomunicações ou Transportes».

Antigo secretário de Estado acusou governo PSD/CDS-PP de ceder a pressões da EDP

Da parte da manhã, foi aprovada a audição de Manuel Pinho pela Comissão parlamentar de Economia, por iniciativa do PSD. Recorde-se que, para além de ter sido um dos participantes activos no processo de privatização do sector energético, o PSD liderou o governo anterior, do qual Henrique Gomes, ex-secretário de Estado da Energia, saiu por ter visto as suas tentativas para cortar as rendas do sector eléctrico travadas por pressão da EDP, como contou em Junho passado, em entrevista ao Diário de Notícias.

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