A cooperação médica internacional exercida por Cuba esteve em destaque, esta quarta-feira, numa sessão de reconhecimento no órgão legislativo do Departamento de Montevideu.
Gonzalo Sánchez afirmou que o trabalho da brigada cubana no Hospital Oftalmológico José Martí, na capital uruguaia, ultrapassa a medicina e se inscreve «na construção de um país mais justo».
«Hoje prestamos reconhecimento a um acto profundamente humanitário por via da dedicação, do empenho e da troca de conhecimentos dos brigadistas cubanos», afirmou Pedro Pastorín, presidente da Comissão de Saúde e Ambiente da Junta Departamental.
Vários eleitos destacaram o facto de a decisão de homenagear o contingente médico cubano ter sido tomada por unanimidade, num órgão do poder local em que estão representados eleitos da Frente Ampla e dos partidos Nacional e Colorado, da oposição.
Na sessão, em que dois dos eleitos afirmaram ter sido operados aos olhos por médicos cubanos, o edil Néstor Delgado louvou o princípio internacionalista que leva milhares de especialistas cubanos a prestar cuidados de saúde em diversos pontos do planeta, tendo-se referido expressamente a Fidel Castro, que promoveu essa política.
Outro eleito, Diego Revetria, lembrou que, antes da chegada dos médicos caribenhos, «havia grande atraso nos cuidados oftalmológicos». «Uma operação às cataratas custava 1500 dólares e havia idosos 30 anos à espera de uma cirurgia para curar a cegueira irreversível», disse, citado pela Prensa Latina.
Desde 2007 e… 2005
A missão «chegou» ao Uruguai em 2005 como parte de um acordo com Cuba para acabar com a primeira causa de cegueira reversível no país, as cataratas. Em Outubro desse ano, viajou até à Ilha o primeiro grupo de 30 pacientes, para serem operados às cataratas e tratados a outras doenças da vista.
Entre Outubro de 2005 e 2007, criou-se uma ponte aérea que transportou mais de 2000 uruguaios até Cuba. Finalmente, a 27 de Novembro de 2007, nasceu, nos arredores de Montevideu, o Hospital Oftalmológico José Martí, que começou a funcionar com a ajuda da primeira brigada médica cubana no país sul-americano.
O projecto humanitário Missão Milagre ou Operação Milagre foi instituído em Julho de 2004, por iniciativa do governo de Cuba com o apoio da Venezuela, no âmbito dos programas de integração dos povos da América Latina, com o propósito de tornar possível que pessoas com baixos recursos fossem e sejam operadas a diversos problemas de carácter oftalmológico. Entretanto, alargou-se a mais de uma centena de países.
No Uruguai, o trabalho da Missão permitiu devolver a luz e a esperança a cerca de 120 mil pessoas. Recentemente, médicas da brigada cubana operaram duas idosas, de 103 e 102 anos, para quem «a vida mudou por completo».
Na sessão desta quarta-feira, a Junta Departamental de Montevideu entregou certificados de reconhecimento aos membros do actual contingente, que é dirigido pela médica Evelyn Almira.
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