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Israel matou pelo menos 342 palestinianos em Gaza durante o cessar-fogo

Em 44 dias, a ocupação sionista violou o acordo de cessar-fogo 497 vezes, provocando a morte a cerca de três centenas e meia de palestinianos e deixando feridos quase 900, revelaram as autoridades no enclave.

Bairro de Sheikh Radwan, na Cidade de Gaza, em Novembro de 2025 Créditos / PressTV

Numa nota publicada este sábado, o gabinete de imprensa do governo na Faixa de Gaza acusou Israel de violar sistematicamente o acordo de cessar-fogo que entrou em vigor a 10 de Outubro último, por via de ataques mortíferos e de sucessivas incursões.

Só no sábado foram registadas 27 violações do acordo por parte das forças de ocupação, das quais resultaram pelo menos 24 mortos e 87 feridos, afirma o documento, que classifica este padrão como uma «violação flagrante» do direito internacional humanitário e do protocolo humanitário associado ao acordo de cessar-fogo.

No espaço dos 44 dias de vigência da trégua, os ataques israelitas provocaram pelo menos 342 mortos e 875 feridos no enclave, sendo a maioria das vítimas idosos, mulheres e crianças.

De acordo com o documento, a que a agência Anadolu se refere, as violações incluem 142 tiroteios contra civis, casas e tendas para deslocados; 21 incursões terrestres para lá da chamada «linha amarela»; 228 ataques aéreos, de artilharia e terrestres, e 100 demolições de casas e estruturas civis – o que, para as autoridades em Gaza, constitui uma «punição colectiva» e uma tentativa de ampliar a destruição.

Revelando que 35 palestinianos foram detidos em raides e incursões, o texto divulgado pelo gabinete acusa Israel de tentar «criar uma nova realidade sangrenta que ameaça a segurança e a estabilidade na Faixa de Gaza».

«Condenamos veementemente as contínuas e graves violações sistemáticas do acordo de cessar-fogo por parte das autoridades de ocupação israelitas», lê-se na nota, que responsabiliza inteiramente a ocupação pelas repercussões humanitárias e de segurança decorrentes destas violações.

Unicef continua a alertar para situação das crianças

Antes de o texto ser divulgado, a Protecção Civil na Faixa de Gaza havia revelado que pelo menos 22 palestinianos tinham sido mortos, nesse dia, em vários pontos do território, na sequência de ataques israelitas a casas e viaturas.

As forças israelitas ocupam actualmente mais de metade do enclave, ao abrigo do cessar-fogo. Responsáveis da resistência têm acusado o governo israelita de procurar «fabricar pretextos» para sair do acordo e voltar à «guerra de extermínio», tendo em conta os ataques crescentes por parte da ocupação.

Na sexta-feira, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertou para a situação das crianças no enclave, frisando que Israel continua a atacar os palestinianos, apesar da trégua.

De acordo com o organismo, pelo menos 67 crianças foram ali mortas desde 11 de Outubro. «É uma média de quase duas crianças mortas por dia desde que o cessar-fogo entrou em vigor», disse Ricardo Pires, representante da Unicef.

Desde Outubro de 2023, as forças de ocupação mataram quase 70 mil pessoas na Faixa de Gaza (números provisórios, que não incluem muitos dos que se encontram sob escombros). No mesmo período, 170 863 ficaram feridos.

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