Os problemas vividos diariamente pelos utentes são vários, conhecidos e transversais, seja em espaço urbano/suburbano ou ruralizado, admite o MUSP numa nota à imprensa, em que responsabiliza a «falta de investimento, de opção política e de vontade» pelos constrangimentos. Entre as denúncias que comissões e movimentos de utentes levam para a rua, entre hoje e sexta-feira, está a falta de comboios, autocarros, metro, barcos e, mais recentemente, de ascensores, designadamente na capital.
Integrada na semana de luta, a Comissão de Utentes de Transportes da Margem Sul realizou esta manhã uma acção de contacto com os utentes dos barcos de Cacilhas, em Almada, saudando a colocação da frota eléctrica ao serviço, sem deixar cair a exigência de reforço do investimento na Transtejo/Soflusa e em todo o sistema de transportes públicos.
«Situações como chover dentro dos cais de embarque "como se estivéssemos na rua", os atrasos e a supressão de horários, e a falta de informação» são algumas das queixas reportadas pelos utentes do transporte fluvial entre Lisboa e a Margem Sul do Tejo, que podem ajudar a explicar os números divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre a única descida (1,4%) do número de passageiros, em 2024, se ter verificado no transporte fluvial. Entretanto, os utentes reivindicam o acesso aos barcos no Parque das Nações e em Algés, e também entre Almada, Seixal, Barreiro e Montijo.
O protesto segue para a estação da CP de Sintra, esta terça-feira, numa acção entre as 5 e as 7h da manhã, com distribuição e colagem de comunicado. A Comissão de Utentes da Linha de Sintra (CULS) denuncia as «inúmeras reclamações» recebidas a alertar para supressões de comboios «diárias» e constrantes atrasos. A que se junta «a insalubridade dos comboios, estações fechadas, máquinas de bilheteira que não funcionam, a falta de manutenção da linha férrea, as consecutivas quebras de contratos para aquisição de novas composições (comboios), ou, a inexistência de material circulante por forma a garantir uma normal circulação».
A CULS frisa que o «total desinvestimento público» levado a cabo pelos sucessivos governos nos últimos 20 anos, com o encerramento, em 2001, da Sorefame, que foi o principal construtor ferroviário no nosso país, estão na origem dos problemas que os utentes hoje vivem.
«Este total desinvestimento, reflecte-se nas desumanas condições em que utentes são transportados nas horas de maior afluência (manhã e tarde), sendo que nos restantes tempos, noites e fins-de-semana as coisas não funcionem melhor», refere a comissão num comunicado, onde recorda a necessidade «urgente e imperiosa» de requalificar algumas estações.
Das acções comunicadas pelo MUSP consta uma distribuição de documento na estação de metro de Odivelas, na quarta-feira, a partir das 7h, seguindo-se uma tribuna pública nas Portas de Mértola, no distrito de Beja, quinta-feira, às 18h, e uma acção de contacto e distribuição de documento na estação do metro D. João I, em Vila Nova de Gaia, no último dia.
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