Sobre os crimes recentes na Margem Ocidental, o partido de esquerda afirma que se enquadram numa «escalada sistemática e gradual visando a Cisjordânia ocupada, cuja manifestação mais grave é a expansão dos bandos de colonos apoiados pelo exército de ocupação».
Os colonos «causam danos e destruição de forma incontrolada com a cumplicidade da comunidade internacional», afirma o comunicado, datado de 13 de Novembro.
Para a FPLP, o objectivo destas acções é «transformar a Cisjordânia numa terra queimada, cercada e agrilhoada por colonatos e postos de controlo», no âmbito de um plano mais vasto para «anexar o território, impor deslocações forçadas e desenraizar a população».
Neste contexto, a FPLP apela às massas para que, nas diversas cidades e vilas do território palestiniano ocupado, intensifiquem a resistência à ocupação e aos colonos, confrontando-os com os seus crimes.
Só em Outubro, 2350 ataques da ocupação registados na Margem Ocidental
De acordo com dados oficiais palestinianos, só no mês de Outubro as tropas e os colonos israelitas executaram 2350 ataques contra pessoas e propriedades na Margem Ocidental ocupada.
Muayyad Shaaban, director da Comissão de Resistência ao Muro e à Colonização, explicou no passado dia 5 de Novembro que as forças militares de ocupação levaram a cabo 1584 ataques em toda a Cisjordânia no mês de Outubro – em que se incluíram agressões físicas directas, demolições de casas e o arranque de oliveiras.
Ramalhah, com 542 casos, Nablus (412) e Hebron/Al-Khalil (401) foram as províncias onde se registaram maior número de ataques, de acordo com o relatório mensal «Violações da ocupação e medidas adicionais de expansão». No mesmo documento, foram registados 766 ataques perpetrados por colonos.
Estima-se que mais de 750 mil colonos judeus vivam actualmente na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, em centenas de colonatos e postos avançados – considerados ilegais à luz do direito internacional.
Israel aprovou construção de mais de 26 mil casas para colonos este ano
As autoridades da ocupação aprovaram, desde Janeiro último, planos para a construção de mais de 26 mil unidades habitacionais para colonos na Cisjordânia ocupada, no âmbito da estratégia expansionista de colonização levada a cabo por Israel.
Num relatório divulgado esta quinta-feira, a que a Wafa faz referência, o Instituto de Investigação Aplicada – Jerusalém (ARIJ) revela que, desde o início deste ano, foram propostos 194 projectos de colonatos, que abrangem 30 mil dunams de terra palestiniana (cerca de 3000 hectares).
A maioria destes planos concentra-se na província ocupada de Jerusalém, representando «um dos esforços de expansão mais significativos dos últimos anos».
Neste contexto, o organismo sublinha que a colonização israelita dos territórios palestinianos ocupados é uma violação flagrante do direito internacional.
Entre outros aspectos, refere-se ao artigo 4.º da Convenção de Genebra de 1949, de acordo com o qual «a potência ocupante não poderá proceder à deportação ou à transferência de uma parte da sua própria população civil para o território por ela ocupado».
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