Daniel Ortega, co-presidente da Nicarágua, interveio este sábado num acto comemorativo dos 46 anos da fundação do Ministério do Interior e do 49.º aniversário da morte de Carlos Fonseca Amador – um dos fundadores da Frente Sandinista de Libertação Nacional e figura destacada da luta anti-imperialista na América Latina.
Em seu entender, existe hoje no mundo uma «nova revolução para dar dignidade aos povos», depois de séculos de colonização e exploração dos recursos dos países mais pobres.
O império norte-americano, inimigo comum dos povos da região, encontra-se numa fase de «desgaste e enfraquecimento inegável», disse o dirigente sandinista, frisando que tal processo resulta da resistência a nível mundial, em que assumem a liderança países que apostam na soberania, no desenvolvimento e na justiça social.
Neste contexto, refere a TeleSur, Ortega deu especial destaque à República Popular China, por ter retirado centenas de milhões de pessoas da pobreza e ter atingido altos níveis de desenvolvimento humano.
O dirigente sandinista valorizou o facto de a China manter posições firmes perante as provocações externas sem recorrer ao confronto, tendo ainda afirmado que o país asiático se consolidou como primeira potência comercial do mundo, com presença na Ásia, em África e na América Latina.
Cooperação da China com a Nicarágua
«Logicamente, está presente na Nicarágua», declarou, frisando que a cooperação bilateral se centra em projectos concretos para o bem-estar.
Como resultado palpável dessa cooperação, referiu-se a programas de habitação e transportes, bem como a projectos de investimento que criam emprego e dão apoio directo às famílias.
Neste âmbito, anunciou, com entusiasmo, a chegada para breve à Nicarágua do navio-hospital Arca da Rota da Seda, que designou como «barco da vida», enviado pelo governo chinês.
«Esse navio não vem carregado de canhões ou mísseis, vem com algo muito mais potente: vem cheio de médicos para prestar cuidados às famílias nicaraguenses», declarou, acrescentando que se trata de um gesto que simboliza a vontade da China de promover a paz, a saúde e o desenvolvimento.
Em nome do governo e do povo nicaraguense, o dirigente sandinista agradeceu ao presidente Xi Jinping, ao Partido e ao povo chinês aquilo que classificou como uma demonstração de fraternidade e solidariedade.
Prevê-se que o navio chegue esta segunda-feira ao porto de Corinto e que ali permaneça até 15 de Novembro, prestando atendimento médico gratuito a 500 pessoas por dia, com o apoio do Ministério nicaraguense da Saúde.
Unidade nacional, pilar do desenvolvimento
Na sua intervenção, Daniel Ortega defendeu ainda que a unidade nacional continua a ser um pilar fundamental para o desenvolvimento e para pôr cobro à pobreza extrema no país.
«Para garantir a paz é fundamental a unidade e, ao assegurar a paz, avançamos nos projectos que levam saúde, educação e bem-estar ao povo», disse, lembrando que na Nicarágua a prestação de cuidados de saúde e a educação são gratuitas por lei.
Ortega reafirmou o compromisso do seu executivo em erradicar a pobreza extrema, bem como em reforçar os programas sociais e o trabalho conjunto com a China, na medida em que essas iniciativas contribuem para o desenvolvimento das comunidades em todo o país.
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