Perante as afirmações do director-executico do SNS de que «reforço dos transportes das grávidas é um elemento chave do processo de criação de urgências regionais» e que «o número de partos em ambulâncias pode aumentar com a criação de urgências regionais», bem pode a ministra da Saúde andar a pregar sobre a necessidade de «devolver a segurança aos portugueses».
O novo modelo de urgências regionais, de que tanto falam a ministra da Saúde e o seu director-executivo, é uma mentira cujo único objectivo é ludibriar as populações e normalizar o mau funcionamento do SNS, incluindo o nascimento de bebés em ambulâncias.
Segundo dados do INEM, só entre 1 de Janeiro e 14 de Setembro deste ano, já se registaram 154 partos num contexto pré-hospitalar, nomeadamente, em ambulâncias e na via pública. Neste contexto pré-hospitalar, ocorreram 169 partos em 2022 e 189 em 2024, um recorde que o Governo se prepara para superar em 2025.
A este propósito, o director-executivo do SNS veio atirar-nos «areia para os olhos» ao desvalorizar o nascimento de bebés na via pública e afirmar que «os partos nas ambulâncias sempre aconteceram». Esqueceu-se foi de dizer que antes eram uma excepção e agora estão a transformar-se numa regra que o Governo pretende normalizar!!!
É preciso mais Serviço Nacional de Saúde, mais médicos e profissionais de saúde, valorizando carreiras e reforçando a resposta de proximidade e de especialidade.
O problema não se resolve com mais ambulâncias, obrigando as grávidas a fazer dezenas de quilómetros ou a ter os filhos em ambulâncias.
Com esta política, agora não há dinheiro para médicos e enfermeiros, mas com o aumento do número de ambulâncias qualquer dia a ministra da Saúde virá dizer que não tem dinheiro para pagar aos profissionais que as conduzem!
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