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Mais de 600 trabalhadores participam em plenário «boicotado» pela Intelcia

A Intelcia não cumpriu nenhuma das suas obrigações legais, mas isso não impediu o Sinttav/CGTP de trazer muitas centenas de trabalhadores ao plenário nacional. Greves parciais convocadas para Outubro e greve de 24h em Novembro.

Créditos / Intelcia

«Motivados pela empatia, alimentados pela tecnologia», habituados a não cumprir a legislação laboral portuguesa. A Intelcia, uma multinacional de prestação de serviços, é responsável, por exemplo, por vários call centers da Altice, onde os trabalhadores são ilegalmente impedidos de ter acesso à carreira profissional e respectivas progressões salariais da empresa para a qual exercem funções, como está definido no Art.º 498.º-A do Código do Trabalho.

Neste caso, a empresa optou por violar o disposto no n.º 2 do artigo 465.º do Código do Trabalho, denuncia o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisuais (Sinttav/CGTP-IN). Segundo a estrutura sindical, a Intelcia recusou-se a «diligenciar condições» para a realização do plenário nacional, «nomeadamente na divulgação da convocatória através do endereço de e-mail profissional de todos os trabalhadores» e a indicação de uma «sala disponível em cada local de trabalho para ali os trabalhadores se instalarem em condições para a sua participação», como está previsto na Lei portuguesa.

A tentativa de «boicote» do plenário foi um tremendo insucesso. A reunião sindical contou «mais de 600 inscrições para participação, além dos muitos outros trabalhadores que, estando presentes, não se puderam inscrever». Esta imensa adesão demonstra «o elevado e crescente descontentamento que está instalado nos locais de trabalho, o qual a gestão da Intelcia teima em não querer reconhecer».

Com todas as vias negociais bloqueadas pela empresa, os trabalhadores decidiram avançar com greves intermitentes a realizar ao longo de todo o mês de Outubro (dois dias em cada semana) e uma greve geral de 24h em Novembro. É reivindicado um subsídio de refeição de 7,5 euros aplicado a todos; o direito a dispensa justificada no dia de aniversário; um «subsídio de línguas atribuído a todos os trabalhadores que, com frequência, atendem em língua estrangeira, harmonizado pelo valor mais elevado praticado na empresa»; 10 minutos de pausa por cada hora trabalhada e aumentos salariais de 80 euros, aplicados retroactivamente a 1 de Julho de 2025.

Está na hora, afirma o Sinttav, de a Intelcia compreender que tem de «responder positivamente às reivindicações dos trabalhadores, porque enquanto tal não acontecer, a luta vai continuar». Cabe à adminstração da empresa decidir se aceita, ou não, este desafio.

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