Numa nota emitida a propósito da jornada de luta desta quarta-feira, designada «Bloqueemos tudo», a Confederação Geral do Trabalho (CGT) dá conta de mais de mil convocatórias de greve e do seu impacto em múltiplos sectores, dos transportes à indústria metalúrgica, das finanças às salas de espectáculos e monumentos nacionais, dos hospitais e das escolas à segurança, entre outros.
A central sindical de classe afirma que mais de 200 concentrações e manifestações foram convocadas, em conjunto com centenas de iniciativas de cidadãos, de cariz muito diverso, com uma participação de cerca de 250 mil pessoas.
Com a jornada de luta, que também teve o apoio de partidos políticos e outros sindicatos, os manifestantes denunciaram as políticas económicas do governo, bem como a proposta de orçamento apresentada pelo ex-primeiro-ministro François Bayrou, a quem a Assembleia Nacional «não deu confiança», esta semana.
A este propósito, a CGT destaca que por todo o lado se assistiu à «mesma reivindicação de justiça social e de abolição do orçamento de Bayrou», com resultados semelhantes: «um êxito, com muitos jovens e trabalhadores presentes, e novas camadas da população a mobilizarem-se.»
Ministro a deitar lenha para a fogueira e nova jornada de mobilização
Já o Ministério do Interior apresentou uma perspectiva diferente, considerando um «fracasso» a tentativa de bloquear o país e desqualificando a mobilização por causa da violência e dos confrontos verificados, que levaram à detenção de mais de 500 pessoas.
No entanto, Jean-Luc Mélenchon, líder de A França Insubmissa, disse que eram as forças da ordem que procuravam criar incidentes, para assim «criminalizar o protesto».
A CGT também acusou o ministro do Interior de ter posto a funcionar uma «estratégia de repressão» e de deitar «lenha para a fogueira», levando a que centenas de manifestantes pacíficos fossem agredidos e detidos, incluindo cinco membros da central sindical.
Em declarações à France Info, a dirigente sindical Nathalie Bazire denunciou que o governo não ouve as exigências da sociedade, pelo que «há razões para a revolta».
«As nossas exigências são simples: o abandono do orçamento de Bayrou, a revogação da reforma da segurança social e a justiça social», declarou, sublinhando que era isso que as pessoas estavam a expressar ontem nas ruas e que vão exigir também no próximo dia 18 de Setembro.
Em conjunto com outros sindicatos, a CGT apela à realização de uma nova jornada de greve e manifestação por toda a França nesse dia – em defesa do emprego, dos salários, das reformas, dos serviços públicos, do tecido industrial, da cultura e de um novo orçamento.
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