Numa declaração intitulada «Fim às provocações e ameaças dos EUA contra a Venezuela! Solidariedade com os povos da América Latina!», o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) reafirma alertas e apelos à solidariedade, destacando o direito dos povos à paz, à soberania e ao desenvolvimento.
O texto, divulgado este sábado, apela igualmente à participação num acto público marcado para o próximo dia 16, às 17h30, junto à estátua de Simón Bolívar, na Avenida da Liberdade, em Lisboa, que terá como lema «Solidariedade com os povos da América Latina! Não à agressão militar dos EUA à Venezuela!».
«As provocações e ameaças dos Estados Unidos da América contra a República Bolivariana da Venezuela, que violam abertamente os princípios da Carta das Nações Unidas e o direito internacional, são inaceitáveis e devem ser condenadas», declara o organismo solidário.
Neste contexto, chama a atenção para «a extraordinária concentração de meios militares norte-americanos (apontada como a maior desde a agressão dos EUA e seus aliados ao Iraque, em 2003) junto às fronteiras da Venezuela», bem como para o ataque a embarcações e o assassinato dos seus ocupantes.
Trata-se, na perspectiva do CPPC, de «actos de intimidação e de agressão que não podem ser banalizados e que exigem ser denunciados e condenados», tal como as «provocações belicistas visando a Venezuela», a «ilegítima tentativa de encerramento do espaço aéreo venezuelano pelos EUA» ou a «promoção de acções de desestabilização, as ameaças abertas de agressão militar e os ultimatos dirigidos aos governantes venezuelanos».
«O que os EUA pretendem é derrotar o processo bolivariano na Venezuela que, ao longo dos últimos 25 anos, tem representado um exemplo de resistência, de soberania e de independência nacional, de conquista de direitos, incluindo do direito ao desenvolvimento, de cooperação e solidariedade no plano internacional, de paz e caminho de progresso social – exemplo e caminho que os EUA não querem aceitar e procuram impedir», denuncia o CPPC.
Neste sentido, reafirma que os Estados Unidos pretendem apoderar-se, novamente, dos «imensos recursos naturais da Venezuela, país que tem as maiores reservas de petróleo do mundo e é rico em gás natural, ouro, água doce e diversos minerais raros de grande utilização industrial».
«É isto, e não quaisquer falsas e hipócritas preocupações com a "democracia" ou o "narcotráfico", que move os EUA no que concerne à Venezuela e aos outros países da América Latina», sublinha.
Também em Itália: denúncia, solidariedade e mobilização
Num comunicado conjunto divulgado este domingo, as organizações Rete dei Comunisti, Cambiare Rotta e OSA afirmam que «não se pode descartar que a actual guerra híbrida norte-americana de desgaste se transforme numa escalada militar» contra o país latino-americano.
O objectivo da política externa de Washington é «restaurar a preeminência americana no Hemisfério Ocidental», ou seja, «fazer da América Latina novamente o quintal do imperialismo ianque, restabelecendo a chamada Doutrina Monroe», aponta o documento.
O texto condena a presença de forças militares norte-americanas perto da costa venezuelana, bem como os ataques a embarcações no Mar das Caraíbas e no Pacífico, com o pretexto do combate ao narcotráfico, que provocaram já mais de 80 mortos.
Também critica a indicação, por parte da autoridade aeronáutica norte-americana – replicada por autoridades e linhas aéreas europeias –, de que sobrevoar o espaço aéreo venezuelano representa um possível risco, criando «uma espécie de "No Fly Zone" que contribui para isolar» a Venezuela.
Neste contexto, as organizações signatárias promovem a realização de manifestações e outros actos solidários no próximo dia 10 nas cidades de Turim, Milão, Bolonha, Roma, Nápoles e Bari, com o lema «Contra a guerra na Venezuela, na América Latina e nas Caraíbas!»
Rete dei Comunisti, Cambiare Rotta e OSA instam as «forças comunistas, progressistas, democráticas e antifascistas a manter-se alerta face ao que a administração norte-americana pretende», com a transformação deste conflito geopolítico numa «zona de guerra».
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui
