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Luta «histórica» na Disneylândia de Paris

Como os «baixos salários» não acompanham a inflação, há três semanas que os sindicatos reclamam aumentos. Esta terça-feira, mais de mil trabalhadores manifestaram-se no parque de diversões.

Créditos / @DisneylandParia

«Quando haverá magia nas nossas folhas de pagamento?», perguntavam ontem os mais de mil trabalhadores numa marcha diferente das habituais na Disneylândia de Paris, localizada no departamento de Seine-et-Marne.

Em vez de Mickey ou Goofy, refere o Libération, havia trabalhadores de vários sectores (hotelaria e restauração, manutenção, espectáculos, entre outros) a reclamar aumentos salariais e melhores condições laborais à administração.

A acção decorreu na rua principal do parque e foi convocada por diversos sindicatos – Confederação Geral do Trabalho (CGT), União Nacional dos Sindicatos Autónomos (Unsa), Confederação Francesa dos Trabalhadores Cristãos (CFTC) e CNT-SO.

Tratou-se da terceira jornada de luta destes trabalhadores desde 10 de Maio, e a CGT considerou-a «histórica». A Unsa pronunciou-se no mesmo sentido, falando de «um grande êxito» e da vontade de continuar a lutar até que a administração ouça os trabalhadores.

Em comunicado, a CGT destaca que o movimento de luta tem vindo a crescer no parque parisiense, como o atesta o facto de no passado dia 23 de Maio se terem mobilizado cerca de 500 trabalhadores e ontem o dobro.

@DisneylandParia

Entre outros aspectos, os trabalhadores reclamam um aumento geral de 200 euros por mês, por considerarem que os seus salários não acompanharam a inflação, o pagamento do salário a dobrar aos domingos, a revalorização dos subsídios de quilometragem, bem como o fim dos horários adaptados (que foram estabelecidos durante o surto epidémico).

A CGT reclama a abertura de negociações imediatas. A este propósito, o dirigente sindical Fabien Beiersdorff disse que «a bola está do lado da administração» e lembrou que «os funcionários vão organizar uma nova jornada de luta este sábado».

Segundo revela a imprensa francesa, a administração, que se recusa a abrir negociações salariais agora, alegando que estão previstas para Agosto, não deixou fazer a cobertura da manifestação no interior do parque.

Um representante do grupo norte-americano disse que propôs aos sindicatos o pagamento de um bónus suplementar de 125 euros, entre outras medidas «postas em prática para preservar o poder de compra». A CGT classificou-as como «medidazinhas», que foram «varridas pela greve» desta terça-feira.

O ano passado, a Disneylândia de Paris teve um lucro operacional de 47 milhões de euros, depois de atingir um recorde de vendas de 2,4 mil milhões de euros.

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