Com Hegseth, secretário da Defesa, também chegou à ilha sob dominação colonial o general Daniel Caine, chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA, que receberam as boas-vindas da governadora porto-riquenha, Jenniffer González.
A governadora agradeceu também ao presidente norte-americano, Donald Trump, por reconhecer «a importância estratégica de Porto Rico para a segurança nacional dos Estados Unidos e pela sua luta contra os cartéis da droga e Nicolás Maduro», presidente da República Bolivariana da Venezuela, que qualificou como «narco-ditador», refere a Prensa Latina.
Por seu lado, a TeleSur indica que o responsável norte-americano da Defesa supervisionou o treino das tropas a bordo do navio anfíbio USS Iwo Jima, que foi enviado para a costa sul da ilha.
Hegseth, que se referiu às manobras como «um exercício real em nome dos interesses nacionais vitais dos Estados Unidos da América», visitou ainda a Base Aérea de Muñiz, em Carolina, acompanhado pela governadora porto-riquenha.
Centenas de pessoas contestam manobras militares na ilha
Precisamente no exterior dessas instalações, centenas de porto-riquenhos manifestaram-se no dia anterior para repudiar os exercícios militares dos EUA, bem como uma eventual reactivação das bases no território insular, no contexto das tensões relacionadas com o interesse aparente de Washington de lançar uma ofensiva contra a Venezuela.
Na mobilização, convocada pela organização Madres contra la Guerra, os manifestantes gritaram palavras de ordem como «Porto Rico sem milícia, queremos justiça» e «Pela paz, vamos todos lutar», ao mesmo tempo que pintaram no chão expressões de repúdio pela Casa Branca, como «Fora, yanquis» e «Trump assassino», refere a agência EFE.
Em declarações à agência espanhola, Sonia Santiago, porta-voz da Madres contra la Guerra, disse que Porto Rico é «um país ocupado, um país invadido» por Washington, e manifestou a sua oposição à existência de bases militares norte-americanas em território insular.
Santiago denunciou que os EUA querem o petróleo da Venezuela e que criaram o «embuste do narcotráfico» para assim «ocuparem a Venezuela e roubar-lhe os seus recursos».
«Agora, a partir da nossa grande nação caribenha e latino-americana, [os EUA] querem invadir a Venezuela; isso cheira-me ao que se passou com o Iraque», alertou Santiago.
O posicionamento das Madres contra la Guerra junta-se a outros contra os exercícios militares norte-americanos, que também incluem operações de voo, com o Pentágono a anunciar que iria enviar para uma base de Porto Rico dez aviões de combate furtivos F-35.
Recentemente, o Partido Independentista Porto-riquenho (PIP) exigiu o fim imediata de qualquer plano para «remilitarizar» Porto Rico e apresentou uma resolução nesse sentido ao parlamento local.
María de Lourdes Santiago, senadora e vice-presidente do PIP, classificou as manobras como «o último elo de uma estratégia cuidadosamente planeada para reforçar o regime colonial».
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