Numa nota publicada esta sexta-feira, o SJP dá conta do assassinato do jornalista Adam Abu Harbid, na sequência de um bombardeamento aéreo israelita contra a tenda para deslocados em que ele e a sua família se encontravam, na região de al-Yarmouk, na Cidade de Gaza.
Para o sindicato, trata-se de «um novo crime de guerra contra os media palestinianos», que «se soma ao longo historial de ataques da ocupação contra jornalistas e civis indefesos».
«O ataque deliberado a jornalistas, incluindo o mártir Adam Abu Harbid, constitui um crime de guerra em toda a regra e uma violação flagrante de todas as normas e leis internacionais, principalmente a Resolução 2222 do Conselho de Segurança, que garante a protecção dos jornalistas em zonas de conflito», declara a organização sindical.
Neste contexto, lembra que a ocupação, desde Outubro de 2023, comete «horríveis massacres contra jornalistas» em Gaza, numa tentativa de «esconder a verdade e aterrorizar os profissionais dos meios de comunicação social».
No entanto, «o sangue dos jornalistas mortos continuará a ser um farol que ilumina o caminho da liberdade», sublinha, antes de reiterar o apelo ao mundo para que tome «medidas imediatas e eficazes» com vista à responsabilização dos dirigentes israelitas.
De acordo com os dados divulgados pelo sindicato no seu portal, desde o início da agressão sionista à Faixa de Gaza, há mais de 21 meses, pelo menos 230 jornalistas e trabalhadores da imprensa foram mortos.
Jornalista palestiniana grávida, morta em casa com cinco filhos e o marido
Adam Abu Harbid foi assassinado na quinta-feira à noite; no dia anterior, as forças de ocupação mataram a jornalista Walaa al-Jaabari, que estava grávida, bem como os seus cinco filhos e o seu marido, informou a agência Wafa.
Numa nota em que condena este «crime hediondo», o SJP revela que a jornalista e a sua família se encontravam em casa – um apartamento no bairro de Tel al-Hawa, nas imediações da Cidade de Gaza.
«A ocupação ultrapassou todas as linhas vermelhas. Já não se contenta em matar jornalistas no terreno, mas agora mata-os deliberadamente dentro de suas casas e entre os seus filhos, numa tentativa desprezível de extinguir a luz da verdade e subjugar os meios de comunicação palestinianos pela força do fogo e do sangue», declarou o sindicato.
Fome generalizada
Sucedem-se os alertas da parte de agências da ONU e outras organizações para a situação de fome generalizada na Faixa de Gaza, decorrente do bloqueio imposto ao território por Israel e que continua a fazer vítimas, sobretudo entre as crianças.
Neste contexto, o SJP divulgou também, esta quinta-feira, o comunicado conjunto emitido por diversas agências noticiosas (AP, BBC, Reuters e AFP) que dá conta da sua «profunda preocupação» com a situação dos seus jornalistas no enclave – «cada vez mais impossibilitados de se alimentarem a si próprios e às suas famílias».
«Os jornalistas enfrentam muitas privações e dificuldades em zonas de guerra. Estamos profundamente preocupados que a ameaça da fome se tenha tornado uma dessas dificuldades», afirma o texto divulgado pelo SJP, em que se exorta a ocupação a permitir a entrada e saída de jornalistas do enclave, e se considera essencial que «os fornecimentos alimentares adequados cheguem à população».
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