|solidariedade internacionalista

Christian Smalls, fundador do sindicato da Amazon, junta-se à Flotilha da Liberdade

Despedido pela Amazon por organizar um protesto, Smalls fundou o primeiro sindicato da empresa nos EUA. Junta-se agora ao navio Handala, ao lado de médicos, advogados, eurodeputados, activistas, para furar o cerco a Gaza.

Christian Smalls, fundador do Amazon Labor Union
CréditosSeth Wenig

Não existe sindicalismo sem solidariedade internacionalista. Christian Smalls é um entre milhares, muitos milhares, de trabalhadores de todo o mundo, de bombeiros a estivadores, de operários fabris a trabalhadores de supermercado, que se insurgiram, nos últimos meses e anos contra o massacre do povo da Palestina. No dia 13 de Julho, este antigo trabalhador de um armazém da Amazon em Nova Iorque integrará a nova acção da Freedom Flotilla Coallition, que vai tentar, novamente, quebrar o criminoso bloqueio israelita à Faixa de Gaza.

Smalls entrou na Amazon em 2015, trabalhador precário num dos imensos armazéns da empresa, neste caso em Staten Island, Nova Iorque. Foi lá que, em 2020, organizou um walkout (uma acção espontânea dos trabalhadores que abandonam, em protesto e em conjunto, o seu local de trabalho) contra o desrespeitar por parte da Amazon dos protocolos de segurança durante a pandemia da Covid-19. O trabalhador foi despedido nesse mesmo dia, desencadeando o processo reivindicativo que culminaria na fundação do Amazon Labor Union (ALU; Sindicato dos Trabalhadores da Amazon) em 2022.

Enquanto presidente do ALU, cargo que exerceu entre 2021 e 2024, Christian Smalls participou numa acção de solidariedade com a revolução cubana, integrando uma comitiva de activistas e sindicalistas americanos que visitaram a ilha no 1.º de Maio de 2024, protagonizando um encontro com Miguel Díaz-Canel, presidente de Cuba e secretário-geral do Partido Comunista Cubano.

«A solidariedade dos trabalhadores não acaba na fronteira — em qualquer fronteira», afirmou nessa ocasião. Pouco mais de um ano depois, Smalls volta a passar das palavras aos actos, juntando-se a uma nova campanha para quebrar um outro bloqueio: o das forças de ocupação israelitas que estrangulam o povo da Palestina. O navio Handala, baptizado com o nome de um personagem de um cartoon palestiniano, é a nova tentativa da Freedom Flotilla para fazer chegar ajuda humanitária aos habitantes da Faixa de Gaza.

«As crianças de Gaza — que representam mais de metade da população — têm vivido sob um bloqueio e cerco brutais ao longo de toda a sua vida. Desde Outubro de 2023, mais de 50 mil foram mortas ou feridas, dezenas de milhares ficaram órfãs e quase um milhão foram deslocadas à força, perdendo as suas casas. Todas elas enfrentam agora a fome, a doença e traumas que poucos de nós conseguimos imaginar», explica a Freedom Flotilla.

«Esta missão é para elas». Smalls vai ser acompanhado por médicos voluntários, advogados, activistas sociais e sindicais, jornalistas e duas eurodeputadas da França Insubmissa. A 9 de Junho, outra embarcação da Freedom Flotilla, o Madleen, foi sequestrado em águas internacionais pelas forças de ocupação israelitas num acto de pirataria de estado.

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui