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SOS Sanidade Pública denuncia favorecimento dos privados e apela à mobilização

Numa conferência de imprensa em Compostela, representantes da plataforma em defesa da saúde pública alertaram para a falta de profissionais e «o encerramento de 743 camas» nos hospitais galegos.

Manifestação em defesa da saúde pública na Galiza (imagem de arquivo) Créditos / CIG

A SOS Sanidade Pública apelou esta terça-feira a «um Verão de mobilizações», tendo em conta «a falta de pessoal e o fechamento de 743 camas nos centros hospitalares da Galiza».

Ao chamarem a atenção para a «falta de meios» no sector na época estival, os representantes da plataforma alertaram que esta situação não se limita aos hospitais, mas também afecta centros de saúde por todo o território galego, incluindo o encerramento de algumas destas infra-estruturas, refere o diário Nós.

Os presentes sublinharam que o plano da Xunta para o Verão, com recurso a pessoal voluntário e estagiários do quarto ano, «não funciona, como já ficou demonstrado», em alusão à actuação do Departamento da Saúde em anos anteriores.

Embora a «Xunta negue a verdade», no final «a realidade prevalece», porque no Verão «fecham centros, camas e consultas», denunciaram, tendo ainda afirmado que não é verdade que não haja médicos, tal como a Xunta sustenta, e chamado a atenção para os «baixos salários e a precariedade» que enfrentam.

Estratégia para favorecer a saúde privada

Para a SOS Sanidade Pública, a aposta da Xunta no encerramento de camas e os cortes de pessoal são uma estratégia «intencional» do executivo galego «para favorecer a saúde privada em detrimento da pública», pelo que a mobilização se afigura ainda mais necessária.

No apelo à mobilização, a plataforma que defende a saúde pública na Galiza disse ainda que não põe de parte «nenhum tipo de medida», incluindo judicial, contra aquilo que designou como «casos de censura» em centros do Serviço Galego de Saúde (Sergas).

Referiram-se, em particular, a uma ordem do Departamento da Saúde que proíbe a afixação de qualquer tipo de cartazes a denunciar a falta de pessoal e outras fragilidades no sector.

Recurso aos privados, em vez do reforço do atendimento público

No passado dia 26 de Junho, a Confederação Intersindical Galega (CIG) também denunciou o planeamento do Departamento da Saúde e do Sergas para o Verão, baseado «no encerramento sistemático de camas nos hospitais públicos» e sem que seja feita «uma avaliação do impacto» da medida nos cuidados de saúde, em particular nos serviços de urgência.

A central sindical sublinha que, neste período, aumenta de forma significativa o encaminhamento de pacientes para a saúde privada. «Isso mostra que o Sergas utiliza a privatização como válvula de escape permanente, em vez de reforçar o atendimento público», criticou.

A falta de contratação de profissionais «continua a ser outra das fragilidades fundamentais do sistema», afirma a CIG, que exige um planeamento centrado nas necessidades reais da população e não «guiado pelos critérios de poupança de curto prazo que a administração impõe».

«Defendemos uma saúde pública de qualidade, sem cortes ou privatizações ocultas», declarou a CIG no seu portal.

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