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Dia Mundial da Educação Ambiental

Celebrada desde 1975, esta data constitui mais uma oportunidade para alertar para os sérios problemas ambientais com que se confronta o nosso planeta. 

Créditos / Viral Agenda

Tal como tantos outros Dias Mundiais (da Água, dos Oceanos, do Ambiente…), este [Dia Mundial da Educação Ambiental, celebrado a 26 de Janeiro] corre o risco de se tornar em apenas mais um em que se fala da necessidade de pensarmos nas questões do uso eficiente da água, da energia e dos recursos naturais. Mais um dia para lembrar a crise climática e as ameaças à biodiversidade.

Mas há muito que a Educação Ambiental e o reforço das aprendizagem para salvar este planeta deveriam deixar de ser meras recomendações e orientações ou simples efemérides de um dia. Há muito que elas deveriam ser consideradas urgentes para promover uma real e objetiva educação ambiental e levar todos os cidadãos ao compromisso de terem uma efetiva e concreta responsabilidade para adotarem comportamentos que potenciem um ambiente saudável, inclusivo e sustentável.

A Educação Ambiental é algo que deve começar bem cedo na vida das nossas crianças, quer no seio das suas famílias, quer na escola. O futuro do planeta e das suas vidas depende da capacidade de aprenderem a racionalizar os recursos e a contribuírem, com os seus pequenos gestos, para a luta contra as mudanças climáticas.

O facto de termos hoje mais de metade da população a residir em áreas urbanas, afastou-nos da Natureza, e quanto mais distantes do meio natural menos as pessoas se importam com a sua preservação e conservação. Em Portugal, assistimos ao aumento de pessoas a residir no litoral do país e nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto. Este esvaziamento dos núcleos rurais gera perdas de serviços públicos (na saúde, na educação, na justiça), o peso político destas populações diminui com a consequente redução da sua representação parlamentar, mas também leva a uma progressiva escassez de oportunidades de emprego que faz aumentar ainda mais o despovoamento do interior. As preocupações políticas deveriam estar direcionadas para perceber que este movimento populacional tem consequências diretas no meio ambiente, uma vez que o ecossistema se ressente do abandono dos campos e das áreas florestais, da quebra na produção agrícola, do aumento do risco de incêndio e da perda de biodiversidade.

«Há muito que a Educação Ambiental e o reforço das aprendizagem para salvar este planeta deveriam deixar de ser meras recomendações e orientações ou simples efemérides de um dia. Há muito que elas deveriam ser consideradas urgentes para promover uma real e objetiva educação ambiental (...).»

Esta situação conduziu-nos a uma realidade preocupante que tem a ver com o facto de termos hoje a maioria das nossas crianças cada vez mais longe de espaços rurais, a serem educados por adultos que maioritariamente perderam a noção de tudo o que o ambiente tem para lhes oferecer e por isso as nossas crianças não são estimuladas para saber valorizar o que é tão importante nas suas vidas, para perceberem que o futuro está no ambiente e que a sua qualidade de vida é proporcional à qualidade do meio ambiente em que vivem. As nossas crianças perdem a cada dia que passa o contacto com as serras, as planícies, os cursos de água, os animais. Não sabem de onde vem a sua comida, não assistem às transformações da Natureza a cada estação do ano, como se transformam os campos, como crescem as plantas, entre muitas outras coisas que vão perdendo irremediavelmente.

Cabe hoje à Escola a responsabilidade de ser o local onde a consciência ambientalista deve ser estimulada. As nossas crianças e jovens precisam de ser sensibilizados para os problemas ambientais, fomentando o seu interesse para ampliar os seus conhecimentos ecológicos, de forma a desenvolverem a vontade de ser parte da solução, para que seja possível a vida tal como a conhecemos. Sensibilizar as nossas crianças e jovens para o que os rodeia será o primeiro passo para que se envolvam no processo de proteção do ambiente. Fazê-los compreender que os atuais desafios ambientais precisam da sua participação e compromisso e que isso é hoje uma urgência. Tal como é uma urgência formar cidadãos atentos e informados, capazes de exigirem ao poder político uma efetiva mudança de rumo, e não meros discursos de ocasião. É por isso que a Escola deve ser, cada vez mais, o espaço por excelência da aprendizagem do significado de Planeta Verde.

É preciso perceber que evolução e desenvolvimento têm de ser cada vez mais sinónimos de consciencialização e de responsabilização de todos em geral e de cada um em particular na defesa do ambiente. Se este dia for um momento significativo de reflexão sobre tudo isto, já não será apenas mais uma inócua data comemorativa.

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