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PEV. Não há conservação da natureza sem investimento

Os Verdes alertam para a contínua perda de biodiversidade e para a degradação das áreas protegidas, e denunciam o crónico sub-financiamento e consequente escassez de recursos humanos nesta área.

Uma zona seca onde habitualmente chega a água do Rio Guadiana, junto à Ponte da Ajuda que liga Elvas a Olivença. 95% do território continental está em situação de seca severa ou extrema desde o final do mês de Outubro, Elvas, 22 de novembro de 2017.
CréditosNuno Veiga / Agência Lusa

A posição dos ecologistas foi divulgada esta sexta-feira, dia em que se assinalou o Dia Nacional da Conservação da Natureza. Numa nota à imprensa, o Partido Ecologista Os Verdes (PEV) salienta que a protecção e a preservação da flora, da fauna, dos valores geológicos e dos ecossistemas, sejam eles naturais, semi-naturais ou humanizados, «são fundamentais no presente, pois prestam serviços ambientais imprescindíveis às sociedades, com reflexos no bem-estar das populações, na defesa do território e na economia».

Estes valores naturais, acrescenta, «são determinantes em questões vitais como o controlo, mitigação e combate às alterações climáticas, a regulação do ciclo da água e da qualidade do ar, a protecção dos solos, a influência em relação à prevenção e ao combate aos fogos florestais», constituindo «parte essencial da dinâmica e economia local e do património identitário dos territórios».

Regista, no entanto, a contínua perda de biodiversidade e degradação das áreas protegidas e dos habitats nelas contidos que se vem verificando ao longo dos últimos anos. Por outro lado, critica, «os programas de Conservação da Natureza que vão sendo feitos, alguns de forma avulsa e por vezes envoltos em grande mediatismo, são desligados de uma estratégia nacional enquanto um todo», da mesma forma que tem faltado uma «monitorização regular e abrangente do estado dos habitats e das espécies»

Para Os Verdes é fundamental que se promovam «projectos prioritários em matéria de Conservação da Natureza e Biodiversidade, e se reforce o orçamento afecto à Conservação da Natureza», visto que, denunciam, «temos assistido a um crónico sub-financiamento e à escassez de recursos humanos nesta área».

Os ecologistas reclamam medidas como a promoção de políticas sectoriais com vista ao restauro ecológico, e que, pelo contrário, se travem os projectos «destrutivos dos recursos naturais», fundamentais à vida. Garantir a salubridade dos recursos hídricos, travar a expansão da monocultura de eucalipto e implementar um plano coordenado e o reforço de meios humanos e técnicos para dar «continuidade a projectos de recuperação de espécies em perigo, ao invés de planos avulsos e descontinuados», são outras das propostas do PEV. 

Tendo em conta as situações de recorrentes de seca extrema e severa que assolam o país, matérias sobre as quais o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) tem parecer técnico, «quando em causa está a viabilização de megaprojectos nos domínios da energia, da mineração e implementação» de infra-estruturas industriais, para Os Verdes é «incompreensível a aposta nestes megaprojetos». Assim como em modelos intensivos e superintensivos de produção, «quando são colocados em causa todos, e cada um dos objectivos de conservação sob a alçada do Ministério do Ambiente».

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