Num seminário de divulgação da Lista Indicativa nacional na UNESCO, o Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas do país identificou um «conjunto de bens que podem ser trabalhados e classificados como Património da Humanidade».
Da lista constam o Parque Natural de Cova, Paul e Ribeira da Torre (ilha de Santo Antão), o Complexo de Áreas Protegidas de Santa Luzia e Ilhéus Branco e Raso, as Salinas de Pedra de Lume (Sal), os centros históricos da Praia (Santiago), de São Filipe (Fogo) e de Nova Sintra (Brava), o Parque Natural da Chã das Caldeiras (Fogo) e o ex-Campo de Concentração do Tarrafal (Santiago).
«Neste momento, o país já colocou em marcha o processo para a elevação do Campo de Concentração de Tarrafal de Santiago para a sua classificação junto da UNESCO, num trabalho conjunto que reúne além de técnicos nacionais, uma cooperação já rubricada com Portugal», anunciou a tutela em comunicado.
Abraão Vicente, ministro da Cultura e presidente da Comissão Nacional para a UNESCO (CNU) revelou que «vamos fazer um trabalho árduo de capacitação dos nossos técnicos e de conclusão dos dossiês, que é a parte que Cabo Verde tem ainda alguma dificuldade».
Recorde-se que Cabo Verde e Portugal assinaram a 6 de Julho último um protocolo para protecção e conservação do património cultural, com destaque para o antigo Campo de Concentração do Tarrafal. O objectivo dos dois países é cooperar na salvaguarda e divulgação do património cultural, através de formação, capacitação técnica, partilha de conteúdos científicos, publicações, investigação, intercâmbio profissional, e actividades científicas conjuntas.
Uma das dimensões é a articulação entre o Museu da Resistência do Campo do Tarrafal e para o Museu Nacional da Resistência e da Liberdade.
Situado na localidade de Chão Bom, o antigo Campo de Concentração do Tarrafal foi construído no ano de 1936 e recebeu os primeiros 152 presos políticos em 29 de Outubro do mesmo ano, tendo funcionado até 1956.
Reabriu em 1962, com o nome de «Campo de Trabalho de Chão Bom», destinado a encarcerar os anticolonialistas de Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde. Ao todo, foram presos neste «campo da morte lenta» mais de 500 resistentes antifascistas.
Desde 2000, o espaço alberga o Museu da Resistência e, em 2004, foi classificado como Património Cultural Nacional.
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