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Tarrafal: O «Campo da morte lenta» é candidato à UNESCO

Os Governos de Portugal e Cabo Verde assinam hoje um memorando de entendimento para a candidatura do antigo campo de concentração a património da humanidade.

CréditosAntónio Cotrim / LUSA

A cerimónia vai decorrer hoje, 5 de Julho, quando se comemora o 46º. aniversário da independência de Cabo Verde. Mais de 500 pessoas foram enviadas para este campo: 340 resistentes antifascistas portugueses e 230 combatentes das ex-colónias portuguesas, que foi alvo, em 2020, de obras de reabilitação, a cargo do governo caboverdiano.

O mote foi dado em 2009, no Simpósio Internacional sobre o Campo do Tarrafal, organizado neste local pela Fundação Amílcar Cabral para altura da comemoração dos 35 anos do seu encerramento. O encontro contou com a participação de muitas outras entidades, estatais e associativas das PALOP, assim como representantes dos combatentes antifascistas e anticoloniais.

Estiveram também presentes os ministros da cultura de Cabo Verde, Manuel Veiga, de Angola, Rosa Cruz e Silva e da Guiné-Bissau, Aristides Ocante da Silva. O estado português não enviou, à altura, qualquer representante.

É José Maria Neves, primeiro-ministro de Cabo Verde entre 2001 e 2016, quem insta os presentes a unir esforços em prol de uma campanha de reconhecimento do Tarrafal pela UNESCO, para «guardar histórias de pessoas e de povos, escritas com suor, sangue e lágrimas, que adubaram o chão da luta e fermentaram os ideais da independência nas ex-colónias portuguesas e da resistência antifascista em Portugal».

Essa reivindicação ficou plasmada nas conclusões do encontro, onde se «apela aos governos de Cabo Verde, Angola, Guiné-Bissau e Portugal para que assegurem os encargos de edificação e manutenção do Campo de Concentração do Tarrafal como Memorial da Luta comum dos nossos povos».

A concretização deste projecto efectivará o «dever à memória perante a história», como lhe chamou Aurélio Santos, dirigente da União dos Resistentes Antifascistas Portugueses, na sua intervenção no simpósio de 2009.

A preservação da memória do fascismo alcançou outra grande vitória com a criação do Museu Nacional da Resistência e Liberdade em 2017, no forte de Peniche, dando respaldo às pretensões de atribuir o edifício à exploração de uma unidade hoteleira, e que é agora referência fundamental para o processo de salvaguarda da memória histórica do campo de concentração salazarista.

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