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|eleições autárquicas

Rui Rio critica «quem não quer trabalhar» e se «aproveita» do RSI

Em campanha para as autárquicas, o presidente do PSD voltou a pegar no demagógico argumento de quem «não quer trabalhar» pelo facto de ganhar pouco mais de 100 euros mensais.

Rui Rio
CréditosJosé Coelho / Agência Lusa

A questão, alegou Rui Rio este sábado, está a afectar «muitos pequenos empresários e comerciantes» com quem contactou nesta campanha autárquica.

«O que ouço há bastante tempo é as pessoas dizerem que precisam de empregados e não têm, e não tem porquê? Porque não há? Não, porque as pessoas estão com o rendimento mínimo ou subsídio de desemprego e deixam-se estar e não querem trabalhar».

Para tentar evitar o risco de ficar colado ao discurso da extrema-direita, não obstante ter o mesmo entendimento, Rio disse ser «totalmente favorável» aos apoios sociais, que segundo ele até poderiam ser aumentados se a riqueza do País permitisse, mas com «fiscalização exigente e rigor».

«Os apoios sociais, seja o subsídio de desemprego ou o rendimento mínimo não são criados para levar as pessoas a não trabalhar, são criados para apoiar quem verdadeiramente precisa», insistiu.

As afirmações do presidente do Rui Rui, sendo mais uma acha para o discurso populista, distraem as pessoas do essencial e omitem duas questões fundamentais. A primeira é que ninguém consegue viver condignamente com o apoio do rendimento social de inserção (RSI), direito atribuído por um período de 12 meses a famílias em situação de carência económica grave ou risco de exclusão. 

Dados oficiais do Instituto da Segurança Social referentes a Janeiro de 2019 revelavam que o valor médio de RSI por beneficiário era de 116,93 euros, cifrando-se nos 263,25 euros por agregado familiar. Mas o que se observava também, em Outubro do mesmo ano, era que o número de pessoas a receber esta prestação social vinha a descer progressivamente, sinalizando a importância da política de reposição de rendimentos, bem como a necessidade de a aprofundar. 

A segunda questão que o presidente do PSD tenta iludir é a carência de emprego com salários dignos e direitos laborais assegurados, num cenário em que, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), mais de dois em cada cinco desempregados se encontra em situação de pobreza, com a maioria a não auferir quaisquer prestações de sociais de desemprego. 

«Uma pessoa a quem é oferecido, uma, duas ou três oportunidades de emprego e vai recusando, ou até porque tem uma actividade lateral não registada. Os apoios sociais não foram feitos para isso, é preciso que sejam genuínos e dados a quem precisa», afirmou. E assim, o presidente do PSD transforma em excesso a carência que se perpetua nos apoios sociais, ao nível da abrangência e dos montantes atribuídos.

Há várias questões subjacentes a recusas de emprego por parte do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), uma delas é a oferta de trabalhos com salários tão baixos que obrigam os candidatos a fazer contas e, depois de contadas parcelas como a do custo de deslocação, levam à conclusão de que o magro orçamento mensal não pode ficar ainda mais curto. 

Entre outras está, por exemplo, a apresentação de ofertas que em nada se relacionam com a área de formação ou experiência dos candidatos, ou com a proposta de trabalhos exaustivos, que inscritos com mais de 60 anos percebem não ter condições de assegurar. 

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