Na sequência do programa de desconfinamento apresentado ontem, o Governo divulgou esta sexta-feira um novo pacote de medidas, num total de 7 mil milhões de euros, com o objectivo de apoiar alguns dos sectores mais afectados pela epidemia. Entre outras, foram anunciados mais apoios para os trabalhadores e para as empresas da área da cultura, 65 milhões de euros em fundos para a desporto, uma linha de crédito de 300 milhões de euros para o sector do turismo e um lay-off simplificado, alargado a empresas afectadas pelas que fecharam.
Medidas que, face ao elevado nível de confinamento que se vai manter, tendem a agravar a crise económica e social, nomeadamente com o aumento do desemprego, o encerramento de milhares de micro, pequenas e médias empresas e o agravamento das desigualdades. Aliás, o prolongamento do ensino à distância é um dos aspectos que contribui para o aprofundamento de desigualdades, o que coloca a questão premente da abertura das escolas, com as necessárias medidas de protecção, como a contratação de mais professores e assistentes operacionais e a redução do número de alunos por turma.
Um programa de desconfinamento mais audaz necessita do reforço de toda a estrutura de saúde pública, através do rastreio de contactos e da testagem massiva, mas sobretudo de um processo de vacinação rápida dos portugueses.
Acontece que Portugal se confronta com uma realidade que é a dificuldade na vacinação devido à falha de compromisso das farmacêuticas relativamente às entregas com que se tinham comprometido contratualmente.
Entretanto, considerando que vários países da União Europeia já anunciaram a intenção de diversificar opções de compra de vacinas fora do quadro da UE, fica a expectativa de que o Governo promova também a aquisição de outras vacinas já reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui