Os salários são baixos para fazer face ao aumento do custo de vida, porém a direita parece querer continuar o caminho do empobrecimento e tem no PS um aliado. No total estavam quatro propostas à votação e o resultado não podia ser mais inequívoco.
A proposta mais ambiciosa era do PCP que pedia 1050 euros já em Janeiro de 2026, uma meta idêntica à exigida pela CGTP-IN. O Bloco de Esquerda defendeu um aumento para 1020 euros no próximo ano. Já o Livre o propôs 965 euros em 2026, com o compromisso de chegar aos 1250 euros em 2029. O PAN também não ficou de fora e recomendou um aumento de 25 euros anuais, que colocaria o salário mínimo em 945 euros em 2026 e em 1130 euros em 2029.
O debate no plenário foi marcado por críticas duras da esquerda ao Governo e ao PS. Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, acusou o primeiro-ministro de «demagogia a roçar o insulto» por falar em salários de 1600 euros sem assumir compromissos concretos.
«O aumento dos salários é um imperativo, o aumento do salário mínimo nacional é uma emergência nacional», afirmou Raimundo, defendendo que, da riqueza criada pelos trabalhadores, estes ficam com uma parte «cada vez mais pequena».
A deputada única do BE, Mariana Mortágua, argumentou que um quarto dos portugueses recebe o salário mínimo, um valor «insuficiente para pagar a renda de uma casa», e acusou Montenegro de definir novos objectivos salariais apenas por recear a greve geral.
As votações de hoje ditaram os chumbos das propostas, com a proposta do PCP a ser chumbada com votos contra de PSD, CDS-PP, IL e abstenção do PS. A abstenção do PS não deixa de ser caricata uma vez que, antes das eleições de Maio, apontava à meta dos 1110 euros de salário mínimo até ao fim da legislatura e a proposta dos comunistas colocava já os trabalhadores próximos dessa meta.
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