Pelo 22.º ano consecutivo, foram divulgados extensos quadros interactivos dos rankings das escolas públicas e privadas do país. Apesar dos esforços para fazer leituras de maior complexidade, utilizando critérios para desconstruir e contextualizar os números em bruto, «a análise resultante não traduz nem a complexidade da realidade, nem torna credível a suposta avaliação que faz das escolas».
Em comunicado, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof/CGTP-IN) lamenta que João Costa, ministro da Educação do Governo PS, «não consiga cessar o contributo do Ministério para um exercício de consequências nada inclusivas e que vão ao arrepio do perfil do aluno enunciado».
«Desde que surgiram, em 2001, os rankings não facilitam, antes dificultam o trabalho das escolas, em particular das que, encontrando-se em zonas de maior complexidade social, são rotuladas de “piores”, o que não constitui um estímulo, pelo contrário, discrimina e desmoraliza alunos, pais e professores, contribuindo para uma cada vez maior estratificação da população escolar».
Os propósitos deste exercício, impingido anualmente pelos orgãos de comunicação social, é reforçar as narrativas que defendem um maior poder do diretor (a suposta autonomia da escola pública), ou os cheques-ensino.
«A Fenprof não compreende e lamenta que o ministro do perfil do aluno no século XXI e da educação inclusiva tenha, também ele, cedido e disponibilizado os dados para a elaboração de listas ordenadas das supostas melhores e piores escolas secundárias».
Os rankings constituem «um dos muitos ataques que são desferidos a uma Escola Pública». O factor decisivo de resistência a todos esses ataques continua mesmo a ser o elevado sentido de responsabilidade, também social, dos professores.
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