O processo remonta a Junho de 2018, quando o clube se dividiu em duas entidades distintas: o Clube de Futebol «Os Belenenses» e a B SAD. Esta cisão resultou de um conflito cujas proporções iam escalando entre a direcção do clube e a Sociedade Anónima Desportiva, SAD, detida maioritariamente, em 51%, pela empresa Codecity.
O objectivo da B SAD era ligar, permanentemente, o clube à SAD, impedindo que este pudesse chegar às competições profissionais.E também constituir uma nova SAD ou Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas, SDUQ, ou mesmo começar a trilhar o seu novo caminho, desde a última divisão distrital até à 1.ª divisão nacional.
Certo é que a SAD foi sofrendo revés após revés. Outras decisões judiciais tinham já impedido a entidade de usar o nome «Belenenses», assim como os seus símbolos e emblemas, tendo a sentença, que veio a público na sexta-feira, constatado, por fim, a total ruptura entre as duas organizações.
O Clube de Futebol «Os Belenenses», que joga agora no Campeonato de Portugal, já «não é o clube fundador da B SAD» e está livre para «constituir uma nova sociedade desportiva para competir no futebol profissional». O B SAD deixa, igualmente, de poder considerar «Os Belenenses» como o seu clube fundador.
Em comunicado, a direcção do Clube de Futebol «Os Belenenses» admite não ter ficado surpreendida com a sentença proferida pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa. Afinal, dizem, todos os caminhos pareciam conduzir a «esta decisão, que confirma as teses defendidas pelo Clube».
De acordo com a sentença, «a utilização, pela B SAD, do nome Belenenses induz em erro os destinatários sobre a identidade e natureza da SAD», configurando um acto de concorrência desleal. Todas as «pretensões da B SAD contra o Clube foram desatendidas, de tal forma que foi a B SAD quem foi condenada a pagar todas as custas» judiciais.