|Forças Armadas

Militares insatisfeitos

Um folheto anónimo apela aos militares para que no dia 21 de Janeiro mostrem o seu descontentamento nas unidades onde prestam serviço, «faltando ao almoço».

CréditosAntónio Cotrim / Agência Lusa

A falta de resposta do poder político a reivindicações na Administração Pública, nomeadamente ao nível dos seus corpos especiais, parece ser um dos elementos detonadores de movimentos inorgânicos, de índole diversa, que vão surgindo entre polícias e militares.

Desta vez são os «Militares Unidos» que, através de um folheto anónimo, manifestam a sua insatisfação e lançam um conjunto de interrogações: «Há quanto tempo camarada militar não és aumentado? Há quanto tempo não és promovido quando é devido? Há quanto tempo sentes que trabalhas sem as devidas condições de segurança? Há quanto tempo te sentes injustiçado? Há quanto pagas tu e a tua família para uma saúde que não tens? Há quanto tempo sabes que os chefes já não te representam, te defendem e se preocupam contigo?».

Sob o título, «Até quando? Até quando vais levar porrada? Até quando vais ficar sem fazer nada?», o documento, depois de sublinhar que não «é destilando ódio e queixas no Facebook», nem «resmungando» que se conseguem resolver os problemas, deixa o apelo: «Dia 21 de janeiro podes mostrar o teu descontentamento nas unidades onde prestas serviço, sejas praça, sargento ou oficial, faltando ao almoço».

Neste caso, parece haver no entanto a preocupação de vincar a demarcação com as ligações e instrumentalizações que se verificam no caso do movimento Zero nas forças de segurança.

Recorde-se que o dia 21 de Janeiro é também o dia em que diversas organizações sindicais da PSP e da GNR, considerando que «a paciência chega ao limite», promovem uma concentração nacional nas cidades de Braga, Lisboa e Faro.

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