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Governo remete-se à impotência face a encerramentos pelo País

O ministro do Planeamento e das Infraestruturas diz que o encerramento de estações dos Correios é uma estratégia «errada», mas o Governo também não assume medidas. «Privatizaram os CTT», lamenta-se.

O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, durante a sua audição perante a Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, no âmbito do Orçamento do Estado para 2019, na Assembleia da República, em Lisboa. 12 de Novembro de 2018
CréditosMário Cruz / Agência LUSA

Pedro Marques acha que o encerramento de lojas que os CTT têm vindo a fazer por todo o País resulta de uma «estratégia errada». «Se eu acho bem o encerramento das lojas, nomeadamente nas sedes de concelhos, que está a acontecer? Acho mal», disse em resposta aos deputados que o questionavam no âmbito da discussão do Orçamento do Estado para 2019, esta manhã, na Assembleia da República.


No entanto, o governante lamentou não ter «os instrumentos hoje que gostava de ter para agir em relação a essa matéria». «Pode[-se] determinar se as obrigações estão a ser executadas, mas não mandamos no regulador, não mandamos nos CTT, a responsabilidade política é apenas endereçada a quem privatizou aquela empresa», acrescentou.

Desde a privatização, em 2014, decidida pelo anterior governo do PSD e do CDS-PP, a autêntica debandada dos Correios de muitas freguesias (e até de alguns concelhos) não tem cessado. Entre Julho de 2017 e de 2018 encerraram 33 lojas dos CTT (5% do total) e na última década já fecharam cerca de 500 estações e postos dos correios.

Apesar desta situação e de, em 2017 e pelo segundo ano consecutivo, a empresa ter falhado os indicadores de qualidade a que está obrigada ao abrigo do contrato de serviço público postal, o Governo do PS tem rejeitado assumir a única posição que permtiria estancar o processo de destruição dos Correios: assumir o controlo público da empresa.

Em Fevereiro, PS, PSD e CDS-PP rejeitaram as propostas apresentadas pelo PCP e pelo PEV recomendando que o Governo assumisse o controlo público dos CTT. No início desse mês, ainda antes da greve nacional que os trabalhadores da empresa realizaram em protesto contra a estratégia de encerramentos e despedimentos levada a cabo pela administração, o mesmo ministro já se lamentava pela falta de instrumentos para travar o processo, numa audição parlamentar.

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