Com a intenção de ampliar a pressão, dar visibilidade à catástrofe em curso e defender os valores da Constituição da República Portuguesa (CRP), a Federação Nacional dos Professores (Fenprof/CGTP-IN) apela a que as instituições universitárias e politécnicas a interrompam as suas relações académicas com as suas homólogas israelitas. A intenção da Fenprof foi dada a conhecer numa carta aberta lançada no passado dia 10 de Maio, onde é explicada que a sua posição vai ao encontro dos seus princípios.
Os princípios base do apelo repudiam a cumplicidade com crimes de Israel como o uso da violência militar israelita contra civis; a contaminação de recursos e o bloqueio às populações aquando a chegada de ajuda humanitária; a destruição dos centros universitários e de investigação no território da Palestina, assim como os despedimentos de académicos palestinianos em instituições israelitas.
A carta também dá ênfase à postura ética da CRP ante situações desta magnitude: «se preconiza a abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão, domínio e exploração nas relações entre os povos» ( art. 7º). Portanto, não havendo no Regime Jurídico de Instituições de Ensino Superior valores e posições específicas a serem tomadas, a organização sindical acredita que as instituições de ensino devem tornar-se exemplo ao expressarem o seu repúdio face genocídio em curso.
Uma vez expresso os seus princípios, a Fenprof orienta algumas acções que deverão ser tomadas com celeridade pelas universidades e politécnicos, entre elas: o embargo temporário de todas as relações comerciais e académicas que cada instituição venha a ter com fins militares e a implementação de um programa de apoio a refugiados palestinianos chegados a Portugal (semelhante ao colocado em prática com os refugiados ucranianos).
O embargo às relações com Israel com fins militaristas são medidas de pressão às instituições de governo que tem o dever de cooperar de forma pacífica para a solução política dos conflitos internacionais como vigora na CRP. A posição da Fenprof segue a linha de diversas iniciativas de docentes e alunos ao redor do mundo como forma de pressionar os seus governos a condenarem o massacre perpetrado por Israel.
No último dia 9 de Maio, mais de 70 universidades em Espanha optaram por suspender as suas parcerias com instituições israelitas e intensificaram a cooperação com entidades palestinianas.
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