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|Legislativas 2022

A «estabilidade» de Costa

O primeiro-ministro usa o termo «estabilidade» para pedir uma maioria absoluta, quando o que dá segurança aos portugueses são políticas progressistas e alternativas às que o PS defendeu no último Orçamento. 

O primeiro-ministro, António Costa, o secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro e o ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira no debate sobre o Programa do XXII Governo Constitucional, na Assembleia da República. Lisboa, 31 de Outubro de 2019
CréditosTiago Petinga / Agência Lusa

No debate inaugural das legislativas do próximo dia 30 de Janeiro, António Costa regozijou-se com medidas alcançadas nos últimos anos, fruto da solução política que resultou das eleições de 2015, e que obrigou o PS a avançar, por exemplo, em matéria de reposição de rendimentos e aumento dos salários, em particular do salário mínimo nacional. E aí, apesar do que ontem disse sobre a falta de vontade de Rui Rio em aumentar salários, a verdade é que também António Costa não foi tão longe quanto seria possível e necessário para atenuar desigualdades. 

O actual primeiro-ministro aproveitou, sobretudo, o frente-a-frente com o candidato do Livre para, sempre de forma indirecta, pedir uma maioria absoluta, alegando que só com o PS seria possível alcançar uma maioria «estável e progressista».

A «falta» de estabilidade de que o secretário-geral do PS se queixa, apesar de reconhecer que gerou uma «crise política artificial», não surgiu com o chumbo da proposta de Orçamento do Estado para 2022, a que o Presidente da República quis associar eleições antecipadas. 

Surgiu devido à falta de respostas para os problemas estruturais que o País enfrenta e que têm nos trabalhadores os seus porta-vozes. É o caso, por exemplo, dos funcionários da Administração Pública, que se recusam a continuar a perder poder de compra, dos professores, que vão envelhecendo cada vez mais nas escolas, dos trabalhadores da Cultura e das forças de segurança, ou de mais de um milhão de trabalhadores a auferir o salário mínimo nacional, que recusa continuar a empobrecer. 

Foi tão só pelo facto de o PS negar resposta a estes e outros problemas, e não evitar outros, que o cenário evoluiu da forma que conhecemos. Neste sentido, a estabilidade de que fala Costa está longe de se alcançar com uma maioria absoluta do partido do actual Governo. 

Apesar do que foi a opção política do Executivo, que não se opôs ao encerramento de empresas estratégicas para a soberania nacional, como a refinaria da Petrogal ou a Saint-Gobain Sekurit – malgrado a luta travada pelos trabalhadores –, Costa alega que uma maioria absoluta será o remédio «para não andarmos de crise em crise». Ao mesmo tempo, tenta chamar a atenção dos portugueses ao dizer que «temos que nos aproximar» da média de rendimentos da União Europeia, quando há poucos meses perguntava se seria realista

Momentos antes do debate, ontem, na RTP, António Costa afirmou que «é fundamental os portugueses responderem a quem abriu esta crise no pior momento em que esta crise podia ser aberta». Pois que assim seja. 

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