A Associação Nacional de Sargentos (ANS), em comunicado, congratula-se por saber «que se confiou, agora, aos militares a necessidade de reforçar a organização do processo de vacinação», referindo, nomeadamente, que «há quem diga que terá sido necessário recorrer à cultura de organização militar para que as responsabilidades fiquem bem definidas».
Entretanto, questiona: «O que faltou nas Forças Armadas, para que a tal cultura de organização militar não venha sendo aplicada com o mesmo empenho e resultados na gestão dos recursos humanos das Forças Armadas?»
A este propósito, a ANS deixa exemplos. Primeiro, recorda o «esbulho» aos «militares relativamente ao direito ao exercício de funções e diferencial de vencimento referentes ao novo posto, devido ao atraso na concretização das promoções». Considerando «que não existem listas de promoção homologadas», pergunta ainda como serão as promoções este ano e se, uma vez mais, os militares vão ser prejudicados. «Em que fica então a tão propalada cultura de organização militar? E aqui não cabe igualmente a necessária responsabilização de dirigentes militares?», questiona.
Em segundo lugar, chama a atenção para situações inaceitáveis como, por exemplo, ver escrito numa mensagem oficial «cargo de praça que pode ser desempenhado por sargento», uma situação ao arrepio da lei: «o militar não pode ser nomeado para cargo a que corresponda posto inferior ao seu […]!»
Por fim, sublinha a insuficiência da lei do associativismo militar e a necessidade de as associações profissionais de militares poderem exercer o direito de representação jurídica e de negociação colectiva. E lança o desafio, aos três órgãos de soberania e aos chefes militares, para que digam o que pensam relativamente a estas questões e sobre o modelo de «Forças Armadas para Portugal, com que meios (humanos e materiais), para que o povo português não ande ao engano».
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