A Assembleia da República rejeitou a proposta apresentada pelo PCP que visava a protecção e o ordenamento sustentável da faixa litoral do concelho de Grândola, no distrito de Setúbal. A iniciativa foi chumbada com os votos contra do PSD, Iniciativa Liberal, CDS-PP e Chega, e contou ainda com a abstenção do Partido Socialista.
O Projeto de Resolução apresentado visava travar o crescimento desmesurado de empreendimentos turísticos na zona costeira de Grândola, reforçar a fiscalização ambiental e urbanística, e reverter o regime de projectos com potencial interesse nacional, que tem sido utilizado para viabilizar investimentos em áreas protegidas.
Na exposição de motivos, os comunistas alertaram para a forte pressão especulativa e turística sobre o litoral do Alentejo, acusando os sucessivos governos de favorecerem grandes grupos económicos e fundos imobiliários, em detrimento da sustentabilidade ambiental e do direito à habitação. A proposta sublinhava ainda o papel da Câmara Municipal de Grândola, liderada pela CDU, que tem promovido alterações ao Plano Director Municipal para reduzir a pressão sobre o litoral e fomentar o desenvolvimento do interior do concelho.
O chumbo da iniciativa gerou críticas por parte do PCP, que considerou a decisão parlamentar um sinal de conivência com os interesses económicos instalados na região, em detrimento da protecção do território e das necessidades da população local.
Com a proposta rejeitada, mantém-se a possibilidade de continuidade dos actuais projectos turísticos de grande dimensão na costa de Grândola, numa altura em que aumenta a preocupação com os impactos ambientais, o acesso público às praias e a escalada dos preços da habitação.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui