A entrega na residência oficial do primeiro-ministro está marcada para as 11h desta quarta-feira e é o culminar da acção lançada pela autarquia no mês de Maio com o objectivo de denunciar o crime ambiental e, «uma vez mais», exigir do Governo a remoção das 125 mil toneladas de resíduos perigosos que ainda estão depositadas em São Pedro da Cova, no concelho de Gondomar.
A Junta de Freguesia explica que, face aos sucessivos adiamentos, «não demonstrando especial atenção a uma situação de gravidade extrema, mesmo depois de o primeiro-ministro ter referido que esta situação seria uma prioridade para este Governo», a entrega dos postais assinados por milhares de pessoas é mais uma forma de manifestar o descontentamento da população.
«Temos feito manifestações e vigílias, comunicados, nunca daremos por terminada a nossa luta. A população exige a rápida retirada dos resíduos. E se o Ministério do Ambiente, ao qual dirigimos muitos pedidos de audiência, mas sem resposta, não resolve a situação, temos de nos dirigir às entidades máximas», afirmou em Maio o presidente da União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, Pedro Vieira (CDU).
Foi entre 2001 e 2002 que toneladas de resíduos industriais perigosos provenientes da Siderurgia Nacional, que laborou entre 1976 e 1996, na Maia, foram depositadas nas escombreiras das minas de carvão de São Pedro da Cova. A primeira fase de remoção (105 mil toneladas) foi concluída em Maio de 2015. Entretanto, descobriu-se que existiam mais resíduos tóxicos depositados nos solos da localidade, num total de 125 mil toneladas, que, em vários casos, estão localizados perto da população.