A Entidade Reguladora da Comunicação (ERC) deu luz verde ao pedido dos proprietários do Porto Canal, o F.C. Porto Media e a MediaPro Portugal, para que a tipologia da licença que lhe estava atribuída, de canal generalista, passasse a ser de canal temático especializado em desporto, focado no universo do clube dirigido por André Villas-Boas.
A estação televisiva, importante factor de coesão regional, justifica esta alteração com a perda de muita audiência, o que dificultou a obtenção de receitas próprias necessárias para manter a sua sustentabilidade.
Com a alteração viabilizada, o Porto Canal passará a funcionar no mesmo modelo que o Sporting TV e a Benfica TV, abandonando, desta forma, a programação focada nos problemas da Região Norte, nos anseios das populações, mas também na sua cultura e tradições, desaparece, acompanhando a tendência da comunicação social regional.
Quem se pronunciou sobre isto foi o PCP que, numa nota enviada às redações, lamenta a decisão da ERC. Os comunistas consideram que o «Porto Canal foi uma escola de jornalismo, permitindo potenciar muitos dos jovens saídos dos diversos cursos de jornalismo existentes na Região, bem como de diversos cursos da área audiovisual» e, desta forma, deu oportunidades que mais nenhum canal generalista dá.
Considerando a alteração de tipologia de licença uma «opção legítima dos proprietários», o PCP manifesta a sua solidariedade com os trabalhadores que se viram obrigados a sair da estação dada a mudança. Entendendo que esta situação se segue ao desaparecimento dos jornais O Comércio do Porto e O Primeiro de Janeiro, bem como às dificuldades por que passa o Jornal de Notícias e ao enfraquecimento do Local Porto do jornal Público, o PCP afirma que a luz verdade dada pela ERC traduz-se «num enfraquecimento da autonomia regional e numa perda para as suas populações».
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