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|Santarém

Hospital de Santarém deve chamar-se Bernardo Santareno 

A proposta de atribuir o nome do dramaturgo ao Hospital Distrital de Santarém foi avançada pelo grupo parlamentar do PCP através de um projecto de resolução.

Créditos / Museu do Aljube

«Recentemente, na cidade de Santarém, no lançamento de uma biografia da sua autoria, com o título Bernardo Santareno – da Nascente até ao Mar, o Doutor José Miguel Noras sugeriu publicamente a atribuição do nome de Bernardo Santareno ao Hospital Distrital de Santarém», e «o PCP considera que essa proposta tem toda a pertinência e oportunidade», lê-se na iniciativa que deu entrada esta semana na Assembleia da República. 

O conteúdo do projecto é recuperado do voto aprovado por unanimidade, no âmbito dos 100 anos do nascimento de Bernardo Santareno.

Nascido em Santarém, a 19 de Novembro de 1920, Bernardo Santareno, pseudónimo do psiquiatra António Martinho do Rosário, com que se estreou no primeiro livro de poesia, Morte na raiz, foi um dos mais relevantes dramaturgos portugueses do século XX. 

Com uma vasta obra literária, são seus os títulos Romances do Mar, Os Olhos da Víbora e Teatro, com as peças A Promessa, O Bailarino e A Excomungada – «obra que o encenador e crítico António Pedro anuncia no Diário de Notícias digna de qualquer país moderno do mundo, profetizando que "(…) o maior dramaturgo de todos os tempos é um jovem médico embarcado na frota bacalhoeira portuguesa que usa o pseudónimo de Bernardo Santareno"», lê-se no texto.

António Pedro, então director do Teatro Experimental do Porto, levou à cena A Promessa, mas logo a censura a retirou de palco, sob pressão dos sectores mais conservadores da Igreja Católica.

Nas duras viagens à pesca do bacalhau pelos mares da Terra Nova e da Gronelândia, em 1957 e 1958, embarcado como médico, escreve a peça O Lugre e o livro de viagens Nos Mares do Fim do Mundo, «introduzindo na sociedade portuguesa uma nova forma de ver e de sentir o duro sofrimento dos pescadores, por contraponto à propaganda do regime».

Perseguido pelos seus valores e ideais, no período entre 1957 e 1980 escreveu 16 peças que, recorda-se na proposta, «perseguem a luta pela liberdade e a dignidade do ser humano contra todas as formas de opressão». A última peça, O Punho, de 1980, só foi publicada postumamente, em 1987.

A importância da obra de Bernardo Santareno, atenta-se na iniciativa comunista, reside na «centralidade que deu aos direitos e às liberdades individuais, por oposição aos preconceitos morais e sociais de um Portugal atrasado e isolado do resto do mundo, abordando temas originais e não consensuais para a época, como o papel da mulher na sociedade, nas instituições e no casamento».

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