Após mais de um ano de atraso nas obras, o Mercado Municipal de Santarém está pronto para começar a funcionar, mas a abertura tem vindo a ser adiada por falta de interessados na concessão da gestão deste equipamento, revela o Mais Ribatejo. O local adianta que os dois concursos lançados pela Câmara ficaram desertos, mas, para o PCP, a solução para aquele espaço não passa pela gestão privada, acrescentando num comunicado que, ao contrário de um vídeo do PSD, que apenas o denomina «Mercado de Santarém», o mercado é municipal.
«O Mercado Municipal de Santarém e os munícipes já suportaram as consequências das derrapagens orçamentais decorrentes do atraso de mais de um ano na conclusão da obra. Agora, alegando que o Município "não tem vocação", para gerir o Mercado», o Executivo PSD-PS adia a sua abertura, «com a procura desesperada de interessados com sucessivos concursos públicos, para atribuir a gestão do espaço a privados», criticam os comunistas.
Para o PCP, mais do que a alegada falta de aptidão do município, sobressai a «opção política de favorecer os interesses privados», lembrando que diversos mercados por todo o País, inclusive de maior dimensão, são directamente geridos pelas câmaras municipais.
«A entrega do Mercado Municipal aos privados representará uma gestão voltada para o lucro, com aumentos nas rendas para os comerciantes, o que, mais cedo ou mais tarde, poderá comprometer a sua sustentabilidade, e preços mais elevados para os consumidores», alerta o PCP. No entender dos comunistas, só a gestão municipal permite defender o interesse dos produtores, das populações e do seu comércio local. Por outro lado, critica o Executivo, «que insiste em entregar espaços e equipamentos à gestão privada, abdicando de cumprir o papel social do Poder Local Democrático», e que é da responsabilidade dos executivos municipais.
No passado mês de Dezembro, um grupo de municípes enviou uma carta aberta ao presidente da Câmara Municipal de Santarém a reivindicar a gestão pública e participada do Mercado de Santarém. Os activistas realçavam que o interesse público e da população estavam «reféns do privado». Ao longo dos últimos anos, o Mercado foi intervencionado e modernizado com obras que custaram perto de 2 milhões de euros do orçamento municipal.
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