O executivo de Caracas condenou «nos termos mais categóricos» o assassinato de cinco membros da cadeia Al Jazeera na Faixa de Gaza, que qualificou como um acto «vil e premeditado» cometido pelas forças de ocupação sionistas no enclave costeiro.
Caracas refere-se ao «crime de guerra» executado por Israel no domingo à noite no acampamento da imprensa situado nas imediações do Hospital al-Shifa, na Cidade de Gaza, no qual perderam a vida os jornalistas Anas al-Sharif e Mohamed Qreiqeh, os operadores de câmara Ibrahim Zaher e Moamen Aliwa, bem como o assistente Mohammed Noufal.
Em comunicado, divulgado pela TeleSur, o governo venezuelano expressou profunda solidariedade aos familiares de todas as vítimas, à cadeia de notícias para a qual trabalhavam e a «todos os jornalistas que arriscam a sua vida para romper o cerco mediático e mostrar ao mundo o genocídio que o regime israelita comete contra o povo palestiniano».
Caracas sublinhou que este «ataque selectivo» se enquadra numa «estratégia sistemática» das forças de ocupação israelitas «para silenciar a imprensa e esconder os seus crimes».
Destacou igualmente que o assassinato de jornalistas «viola flagrantemente» o direito internacional humanitário e as normas internacionais» que garantem a sua protecção em zonas de conflito.
Um crime de guerra
«O assassinato de jornalistas é um crime de guerra que visa impor o terror e atenta contra os direitos dos povos à verdade», afirma o governo venezuelano, que reafirmou o seu apoio à causa palestiniana e voltou a exigir um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza.
Instou ainda o mundo e os organismos internacionais de justiça «a romper a passividade e a agir com firmeza» para travar aquilo que designou como «massacre», e para «investigar e punir os responsáveis».
Com o assassinato dos cinco membros da Al Jazeera, as forças de ocupação mataram pelo menos 230 jornalistas e trabalhadores da imprensa na Faixa de Gaza desde o início da mais recente ofensiva contra o enclave, em Outubro de 2023.
A este propósito, a missão palestiniana junto da ONU acusou Israel de ter morto de forma delibera os jornalistas al-Sharif e Qreiqeh por terem «exposto e documentado sistemática e diligentemente o genocídio e a fome» provocada por Israel no território.
Mais mortes devido à fome e aos bombardeamentos
Esta segunda-feira, a Wafa deu conta de múltiplos bombardeamentos israelitas contra vários pontos da Faixa de Gaza, que provocaram dezenas de mortos.
Também noticiou mais cinco mortes de palestinianos devido à fome, com base em fontes médicas. Deste modo, estão documentadas as mortes de pelo menos 222 pessoas – 101 das quais crianças – nestas circunstâncias, provocadas pelo bloqueio israelita imposto ao território.
Desde 7 de Outubro de 2023, os ataques israelitas à Faixa de Gaza provocaram pelo menos 61 430 mortos e 153 213 feridos. O número de vítimas sob os escombros é indeterminado.
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