No âmbito da visita de trabalho de alto nível do ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Mohammad Javad Zarif, à Venezuela, o Instituto Samuel Robinson, em Caracas, promoveu a realização de uma conferência, na qual os líderes diplomáticos do país asiático e sul-americano expressaram o desejo de aprofundar o seu relacionamento estratégico e prosseguir a senda de «uma política multipolar, para alcançar um mundo de paz irreversível».
O objectivo primordial da aliança forjada entre ambos é enfrentar as medidas coercivas e ilegais impostas pelos Estados Unidos da América.
«Os EUA sempre quiseram dominar os povos em função dos seus vis interesses políticos e económicos, e depois apresentam a esses países uma espécie de acordo e capitulação para retirar as sanções, como quiseram fazer com a Venezuela e o Irão», destacou o diplomata venezuelano, Jorge Arreaza, durante o encontro.
O ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros sublinhou a necessidade de continuar a defender a Carta das Nações Unidas e os seus princípios fundamentais, e foi enfático ao considerar que a política de agressão norte-americana contra ambos os países é um fracasso.
«Aconteça o que acontecer, nós já podemos dizer que a sua estratégia fracassou, a sua intenção de decidir sobre os nossos países», disse, citado pela TeleSur, que lembra que Venezuela e Irão foram sujeitos a uma série de sanções económicas decretadas pelos EUA ao longo deste ano, na sequência das que foram impostas em anos anteriores.
Neste sentido, Arreaza enalteceu e agradeceu o apoio do governo iraniano, bem como a defesa da soberania e a solidariedade manifestada ao longo dos últimos meses, com o abastecimento de gasolina ao país sul-americano, enfrentando as ameaças de Washington.
«As nossas refinarias hoje estão a funcionar graças à ajuda e à experiência trazidas pelo Irão. Se você, que nos está a ouvir, pode pôr gasolina no seu veículo neste momento, ou no seu camião de carga, ou na sua empresa, ou na sua fábrica, isso é graças a este país», disse o chefe da diplomacia venezuelana.
Na sua intervenção, lembrou que o líder da revolução bolivariana, Hugo Chávez, viu no Irão um potencial para fazer frente ao domínio imperial e foi desse modo, com uma visão multipolar, que diversificou as relações externas da Venezuela, orientando-a para países do Sul, para Cuba, China, Rússia, entre outros países.
Por seu lado, Javad Zarif confirmou as afirmações do seu homólogo venezuelano e lembrou os laços sólidos que ligam os dois países há 18 anos, durante os quais assinaram mais de 700 acordos de cooperação bilateral em diversas áreas da economia.
Zarif sublinhou que os EUA e o mundo industrializado têm receio do surgimento de novas potências e «por isso recorrem ao terrorismo contra o povo iraniano e venezuelano», indica a TeleSur.
Finda a visita de trabalho à Venezuela, o diplomata iraniano viaja para a Bolívia, para assistir à cerimónia de tomada de posse do novo presidente, Luis Arce, e também visitará Cuba.
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