Na segunda-feira, na sequência daquilo a que se referiu como uma «extraordinária jornada de trabalho», Nicolás Maduro anunciou que os governos dos dois países firmaram 25 acordos em múltiplas áreas.
Ao fazê-lo, o presidente venezuelano destacou o papel do Irão como «potência emergente», tendo-se referido aos avanços que alcançou graças à «inovação aplicada à saúde, educação, tecnologia, indústria, produção de alimentos», indica a Prensa Latina.
Enaltecendo os vínculos entre ambos os países, Maduro frisou a necessidade de construir novas relações internacionais. A este respeito, disse que «somos leais ao comandante Hugo Chávez, que teve a visão do papel histórico do Irão e da Venezuela para a "construção de um mundo novo, justo e solidário"».
«Depois das agressões imperialistas, com mais de 900 sanções unilaterais, a Venezuela está pronta para continuar a avançar na construção de um mundo novo», afirmou Maduro, que destacou o papel do seu país e do Irão no rol dos que «lutam pela independência e a justiça e uma humanidade mais humana», de um «mundo multipolar e sem hegemonias».
Por seu lado, Ebrahim Raisi, que efectuou uma visita oficial de dois dias à Venezuela e partiu esta terça-feira para a Nicarágua (de onde seguirá para Cuba), afirmou que a cooperação com o país sul-americano é «profunda e estratégica».
Destacou que os acordos assinados dão expressão à vontade de ambos os países de avançar ainda mais, fazendo com que o valor actual das trocas entre ambos passe dos três mil milhões de dólares para os dez mil milhões e, depois, para os 20 mil milhões.
Resistir e criar uma nova ordem internacional
Ontem, depois de o presidente do Irão ter sido recebido na Assembleia Nacional e ter visitado as instalações do Supermercado Megasis, inaugurado em Agosto de 2020, em Caracas, graças às alianças estratégicas entre ambos os países, Ebrahim Raisi e Nicolás Maduro mantiveram um encontro com a juventude venezuelana no Teatro Teresa Carreño, também na capital.
Na sua intervenção, o presidente iraniano agradeceu ao povo venezuelano pela sua resistência e luta face ao intervencionismo e às sanções impostas pelos Estados Unidos, refere a TeleSur.
«A ordem internacional actual é a que favorece o imperialismo e apenas visa o domínio sobre os povos», disse, sublinhando que o imperialismo pretende apoderar-se dos recursos naturais ou que «os concedamos a quem eles querem, não para benefício dos nossos povos».
Afirmando que as sanções são um instrumento utilizado para fazer vergar os povos que querem ser independentes e soberanos, Raisi defendeu ainda que, para acabar com o unilateralismo e criar uma nova ordem internacional, é fundamental a substituição do dólar pelas moedas nacionais na realização de transacções e trocas de mercadorias entre países.
Por seu lado, o chefe de Estado do país caribenho voltou a celebrar os 25 acordos firmados no dia anterior, bem como a «amizade e irmandade» com o país persa, que é um dos principais aliados da Venezuela, ao lado de países como Rússia, China, Cuba ou Turquia.
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