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Venezuela e Irão com vontade de fundar «um mundo novo, justo e solidário»

Durante a visita do presidente iraniano à Venezuela, foram assinados 25 acordos em diversas áreas. Maduro lembrou as palavras de Chávez sobre a construção de «um mundo novo, justo e solidário».

No Teatro Teresa Carreño, em Caracas, a 13 de Junho de 2023, a juventude venezuelana manteve um encontro com os chefes de Estado do Irão e da Venezuela, em defesa da soberania e dos povos livres 
Créditos / @yvangil

Na segunda-feira, na sequência daquilo a que se referiu como uma «extraordinária jornada de trabalho», Nicolás Maduro anunciou que os governos dos dois países firmaram 25 acordos em múltiplas áreas.

Ao fazê-lo, o presidente venezuelano destacou o papel do Irão como «potência emergente», tendo-se referido aos avanços que alcançou graças à «inovação aplicada à saúde, educação, tecnologia, indústria, produção de alimentos», indica a Prensa Latina.

Enaltecendo os vínculos entre ambos os países, Maduro frisou a necessidade de construir novas relações internacionais. A este respeito, disse que «somos leais ao comandante Hugo Chávez, que teve a visão do papel histórico do Irão e da Venezuela para a "construção de um mundo novo, justo e solidário"».

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EUA tentam impedir entrega de mais combustível iraniano à Venezuela

O Irão enviou mais 4 navios para a Venezuela, carregados com 1,1 milhões de barris de gasolina e que enfrentam a ameaça de apreensão após uma queixa interposta por procuradores nos Estados Unidos.

Petroleiro iraniano (foto de arquivo)
Créditos / venezuelanalysis.com

Procuradores federais norte-americanos apresentaram, num tribunal do Distrito de Columbia, um processo civil de confisco da gasolina que segue em quatro navios iranianos com destino ao país sul-americano, que enfrenta dificuldades de abastecimento devido às medidas coercivas e unilaterais que lhe são impostas pelos Estados Unidos.

A acção, apresentada esta semana, visa travar a entrega da gasolina iraniana nos navios Bella e Bering, com bandeira da Libéria, no Pandi e no Luna, revela a PressTV com base numa notícia divulgada pelo Wall Street Journal.

A mesma fonte indica que o procedimento visa igualmente impedir futuras entregas de combustível iraniano à Venezuela, bem como travar o fluxo de receitas que o Irão obtém com a venda de petróleo.

Uma nota ontem publicada pelo Departamento da Justiça dos EUA dá conta de que, na sequência da acção, o juiz James E. Boasberg emitiu um mandato em que decreta o confisco da gasolina a bordo dos quatro navios.

O processo, entendido pelo Irão como uma nova artimanha de Washington para atingir ambos os países e dar sequência à política de estrangulamento económico e financeiro imposta pela Casa Branca a Caracas e Teerão, alega que os lucros dos carregamentos apoiam uma «vasto leque de actividades nefastas», que vão da proliferação de armas de destruição massiva ao apoio ao terrorismo e a abusos variados dos direitos humanos – que, como há muito se sabe, são sempre os inimigos de Washington que cometem, nunca a «América».

Outra frota a chegar

Este conjunto de quatro navios segue-se a outra frota iraniana de cinco, carregada com 1,53 milhões de barris de gasolina e aditivos para processar combustível, que esta semana tem estado a chegar à Venezuela.


O Faxon (o quarto de cinco) já entrou em águas venezuelanas, sendo escoltado pelas Forças Armadas venezuelanas até ao seu destino, tal como ocorreu com os três navios anteriores, que começaram a descarregarar o combustível em vários portos e refinarias.

Mal os navios iranianos chegaram, o governo venezuelano começou a preparar a distribuição do combustível importado entre os cidadãos, que, graças às sanções ilegais norte-americanas, se vêem confrontados com longas filas e com os preços inflacionados do mercado negro, refere a PressTV, num país que mantém os preços congelados há duas décadas e tem a gasolina mais barata do mundo.

Talvez por isso a etiqueta #GraciasIran (obrigado, Irão) se tenha tornado a mais usada no Twitter na Venezuela. Com a chegada dos petroleiros iranianos, os venezuelanos encheram a rede social de expressões de agradecimento a Teerão, destaca a PressTV.

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«Depois das agressões imperialistas, com mais de 900 sanções unilaterais, a Venezuela está pronta para continuar a avançar na construção de um mundo novo», afirmou Maduro, que destacou o papel do seu país e do Irão no rol dos que «lutam pela independência e a justiça e uma humanidade mais humana», de um «mundo multipolar e sem hegemonias».

Por seu lado, Ebrahim Raisi, que efectuou uma visita oficial de dois dias à Venezuela e partiu esta terça-feira para a Nicarágua (de onde seguirá para Cuba), afirmou que a cooperação com o país sul-americano é «profunda e estratégica».

Destacou que os acordos assinados dão expressão à vontade de ambos os países de avançar ainda mais, fazendo com que o valor actual das trocas entre ambos passe dos três mil milhões de dólares para os dez mil milhões e, depois, para os 20 mil milhões.

Resistir e criar uma nova ordem internacional

Ontem, depois de o presidente do Irão ter sido recebido na Assembleia Nacional e ter visitado as instalações do Supermercado Megasis, inaugurado em Agosto de 2020, em Caracas, graças às alianças estratégicas entre ambos os países, Ebrahim Raisi e Nicolás Maduro mantiveram um encontro com a juventude venezuelana no Teatro Teresa Carreño, também na capital.

Na sua intervenção, o presidente iraniano agradeceu ao povo venezuelano pela sua resistência e luta face ao intervencionismo e às sanções impostas pelos Estados Unidos, refere a TeleSur.

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Irão e Venezuela rompem bloqueio e inauguram supermercado em Caracas

Com a inauguração do primeiro supermercado iraniano na Venezuela, ambos os países, assediados pelas sanções e o bloqueio económico dos EUA, pretendem reforçar os laços de cooperação.

Cerimónia de inauguração do supermercado iraniano Megasis, o primeiro na Venezuela e na América Latina
CréditosMadelein García / TeleSur

Os governos da Venezuela e do Irão celebraram a inauguração de um supermercado da cadeia iraniana Megasis, que abriu na quarta-feira em Terrazas de Ávila, Caracas. A concretização da iniciativa resulta do esforço e das alianças estratégicas levados a cabo por ambos os países, que procuram dinamizar as trocas comerciais, informa a TeleSur.

O supermercado terá à disposição uma vasta selecção de produtos que a indústria iraniana exporta para vários países, bem como mais de mil produtos venezuelanos, de 20 empresas.

O embaixador do Irão em Caracas, Hojjatollah Soltani, congratulou-se com a cooperação entre os investidores dos dois países. «Neste supermercado vemos uma aliança entre o sector privado não governamental do Irão e da Venezuela. Apesar das sanções, apesar das ameaças, somos duas nações irmãs», disse.

O diplomata acrescentou que o Irão está a mostrar ao mundo que as sanções unilaterais aplicadas pelos Estados Unidos são rejeitadas pela comunidade internacional, e que o seu país, como todos os outros, tem o direito a negociar livremente, a mover-se livremente e a envolver-se em parcerias mutuamente benéficas.


Mesmo com o férreo bloqueio norte-americano imposto ao Irão e à Venezuela, os governantes de ambos os países enveredaram pela via da cooperação, de que é exemplo a chegada recente à Venezuela de cinco navios carregados de combustível.

Na inauguração do espaço, o vice-ministro iraniano da Indústria, Issan Rezaei, destacou a importância da complementaridade entre países que são alvo de sanções e manifestou a intenção do governo de Teerão de importar madeira, manga, cacau, café e banana da Venezuela.

Por seu lado, a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, afirmou que «não há bloqueio que valha quando a vontade dos povos está centrada, decidida e determinada na independência, na liberdade e na defesa da soberania».

A alta funcionário venezuelana agradeceu ainda ao Irão e ao seu presidente, Hassan Rouhani, pelo apoio prestado à Venezuela, permitindo que este tipo de aliança comercial e económica se concretizasse. «Esta é a boa cooperação que os nossos povos merecem», frisou Rodríguez.

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«A ordem internacional actual é a que favorece o imperialismo e apenas visa o domínio sobre os povos», disse, sublinhando que o imperialismo pretende apoderar-se dos recursos naturais ou que «os concedamos a quem eles querem, não para benefício dos nossos povos».

Afirmando que as sanções são um instrumento utilizado para fazer vergar os povos que querem ser independentes e soberanos, Raisi defendeu ainda que, para acabar com o unilateralismo e criar uma nova ordem internacional, é fundamental a substituição do dólar pelas moedas nacionais na realização de transacções e trocas de mercadorias entre países.

Por seu lado, o chefe de Estado do país caribenho voltou a celebrar os 25 acordos firmados no dia anterior, bem como a «amizade e irmandade» com o país persa, que é um dos principais aliados da Venezuela, ao lado de países como Rússia, China, Cuba ou Turquia.

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