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Unicef condena ataques sauditas a sistema de água no Iémen

Os ataques a um sistema de captação de água na província de Sa'ada deixaram 10 500 pessoas sem água potável, denuncia a Unicef, que alerta para os riscos decorrentes da destruição da infra-estrutura.

A propósito do ataque ao sistema de recolha de água de Nushour, na província de Sa'ada, a Unicef lembra que os ataques a infra-estruturas civis constituem uma violação do direito internacional humanitário
A propósito do ataque ao sistema de recolha de água de Nushour, na província de Sa'ada, a Unicef lembra que os ataques a infra-estruturas civis constituem uma violação do direito internacional humanitárioCréditos / nthnews.net

O sistema de captação de água na região de Nushour, na província de Sa'ada (Noroeste do Iémen), foi atacado recentemente pela coligação liderada pelos sauditas, depois de já ter sido bombardeado duas vezes em Março deste ano, revela Geert Cappelaere, director regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância [Unicef] para o Médio Oriente e o Norte de África num comunicado emitido esta terça-feira.

Com esta agressão, «mais de metade da infra-estrutura está agora destruída, deixando 10 500 pessoas sem água potável», lê-se no texto, que sublinha a condenação «nos termos mais veementes», por parte da Unicef, de «mais um ataque a um sistema de água vital e que salva vidas no Iémen».

«Os ataques continuados a sistemas de captação e/ou tratamento de água no Iémen estão a impedir as crianças e as suas famílias de acederem à água, aumentando as probabilidades de alastramento de doenças transmitidas através da água no país devastado pela guerra», revela o documento, alertando que, se os raides aéreos contra infra-estruturas básicas prosseguirem, «mais vidas – incluindo as de muitas crianças – se irão perder».

A Unicef lembra ainda que « os ataques a infra-estruturas civis, incluindo sistemas de água, constituem uma violação do direito internacional humanitário».

Fome aumenta exponencialmente com ofensiva sobre Hudaydah

Organizações humanitárias alertaram esta segunda-feira para o risco de fome generalizada no Iémen, na sequência da operação contra a cidade de Hudaydah, principal porto e porta de entrada no país de bens e ajuda humanitária.

«Temos a percepção de que, relativamente à fome, o país está no fio da navalha – e as coisas podem descarrilar a qualquer momento», disse Suze van Meegen, porta-voz do Conselho Norueguês para os Refugiados. «O desespero a que assistimos está-se a tornar cada vez maior – há cada vez mais gente a pedir nas ruas», acrescentou, citada pela PressTV.

Por seu lado, o Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas revelou que quatro em cada dez crianças com menos de cinco anos no Iémen sofrem de má-mutrição severa.

«Evitar a fome generalizada no Iémen irá depender da capacidade do PAM e de outras agências humanitárias de chegar às populações necessitadas, de modo a manter a assistência humanitária», disse o director do PAM para o Iémen, Stephen Anderson.

Ofensiva desde 13 de Junho

Apoiadas pela aviação saudita, forças militares dos Emirados Árabes Unidos e milícias leais a Abd Rabbuh Mansur Hadi, ex-presidente do Iémen, apoiado por Riade, lançaram uma ofensiva contra Hudaydah no passado dia 13 de Junho – prometendo, face aos alertas internacionais que apontavam para o agravamento da crise humanitária, ser céleres na expulsão das forças do movimento popular iemenita Ansarullah.

No entando, a coligação não alcançou os seus objectivos em Hudaydah, tendo deparado com uma forte resistência dos combatentes Hutis e seus aliados.

A guerra de agressão ao Iémen, liderada pelos sauditas e com forte apoio das potências ocidentais – em particular dos EUA e do Reino Unido –, teve início em Março de 2015, provocando milhares de mortos e feridos entre a população civil e destruindo uma parte substancial das infra-estruturas do mais pobre dos países árabes.

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