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Sauditas bombardeiam sem parar aeroporto de Hudaydah

A coligação liderada pelos sauditas lançou, esta terça-feira, dezenas de ataques sobre o aeroporto iemenita. As informações quanto aos avanços no terreno e à resistência huti variam consoante as fontes.

A coligação liderada pelos sauditas lançou há sete dias uma ofensiva sobre a cidade costeira de Hudaydah
Créditos / dnaindia.com

De acordo com canal em língua árabe Al-Masirah, os sauditas têm estado a bombardear intensamente as zonas ocidental e norte do aeroporto de Hudaydah. Esta cidade iemenita, localizada junto ao Mar Vermelho, encontra-se em poder do movimento Huti Ansarullah desde 2014 e, segundo a TV referida, as suas tropas ainda se mantêm firmes na defesa das instalações aeroportuárias.

Hudaydah, com cerca de 600 mil habitantes, é considerada uma cidade estratégica, na medida em que por ela passam mais de 70% das importações do país árabe e o seu porto é a principal via de entrada de ajuda humanitária no Iémen.

Por isso, quando, há sete dias, as milícias leais ao antigo presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi, apoiadas pela aviação saudita e, no terreno, por tropas sudanesas e dos Emirados Árabes Unidos (EAU), lançaram uma ofensiva sobre Hudaydah, as Nações Unidas deram o alerta: não só os ataques podiam provocar mais de 250 mil mortos entre os residentes na cidade, como a crise humanitária no Iémen, considerada a mais grave do mundo pela ONU, se poderia agravar.

De acordo com a Al-Masdar News, os ataques incessantes dos sauditas provocaram enormes danos no aeroporto, mas as tropas hutis continuam a resistir. No entanto, refere a mesma fonte, as milícias iemenitas apoiadas pelos EAU conseguiram avançar noutros pontos da província de Hudaydah.

A Reuters e a agência WAM (dos EAU) informam que estas milícias conseguiram entrar, hoje, no aeroporto, após duros combates com as forças do movimento Ansarullah. No entanto, a informação é desmentida por estes últimos, que afirmam ter repelido os ataques e infligido pesadas baixas entre as tropas inimigas, segundo refere a PressTV.

Situação «catastrófica»

A Arábia Saudita lidera uma campanha militar contra o seu vizinho do sul na Península Arábica há mais de três anos (desde Março de 2015), sem ter atingido as metas que declarou querer alcançar: esmagar a resistência do movimento popular Ansarullah e recolocar no poder o antigo presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi, aliado de Riade.

Com o apoio e a cumplicidade do Ocidente, nomeadamente dos EUA e do Reino Unido, a campanha militar já provocou mais de 10 mil mortos no Iémen, destruiu uma parte significativa das suas infra-estruturas e está na origem de uma situação humanitária que as Nações Unidas classificam como «catastrófica».

De acordo com o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês), 22,2 milhões de pessoas necessitam de ajuda alimentar e 8,4 milhões são severamente afectadas pela fome. Desde Abril do ano passado, uma epidemia de cólera infectou 1,1 milhões de pessoas e matou mais de 2000, num país também afectado por um surto de difteria.

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