A signatária do acordo de paz de 2016 Fraceneth Yolima Pérez Olaya e quatro dirigentes sociais – Camilo Borou Bosachira, Wilmer Hernández, José Danilo Agudelo Torres e John Jairo Esquivel – foram assassinados em várias regiões do país andino-amazónico.
O Conselho Nacional de Reincorporação denunciou a morte de Fraceneth Pérez Olaya, ex-guerrilheira das FARC-EP de 34 anos que, segundo uma nota emitida a propósito, «foi encontrada sem vida na sua casa», no município de Mesetas (departamento de Meta), na madrugada de 18 de Abril.
Pérez Olaya fazia parte da organização Chocolate entre amigas e exercia funções de acompanhamento da implementação do acordo de paz. O partido Comunes denunciou o assassinato, lembrando que, com ela, «são onze as mulheres signatárias assassinadas impunemente perante o olhar impávido do governo de Duque».
Também ontem, o Indepaz reportou o assassinato de quatro dirigentes sociais, entre os quais o de Camilo Borou Bosachira Axducaracyara, membro do povo indígena Motilón Barí e defensor do território na comunidade Iquiakarora, localizada no município de El Carmen (departamento de Norte de Santander).
De acordo com a informação divulgada, Borou Bosachira, de 32 anos, foi assassinado no passado dia 16 no município de Tibú, do departamento referido.
Por seu lado, Wilmer Hernández foi morto, anteontem, em Tame (departamento de Arauca). Hernández era membro do Comité Permanente da Defesa dos Direitos Humanos, dirigente sindical e militante comunista, e, segundo revela o Indepaz, depois de ter sido obrigado a fugir, em Janeiro, devido à violência, regressou à sua região em Março.
De acordo com a nota emitida, foi levado de uma escola onde estava a realizar uma actividade com o Instituto Colombiano de Bem-estar Familiar e o seu corpo, sem vida, apareceu numa zona rural, com marcas de disparos.
Em Briceño (departamento de Antioquia) foi assassinado, na segunda-feira à noite, o ex-presidente da Câmara José Danilo Agudelo Torres, que foi atacado a tiro na via pública por homens que se deslocavam de motorizada.
Agudelo Torres integrava actualmente a Corporación Autónoma Regional del Centro de Antioquia, ligada ao ambiente.
No mesmo dia, foi morto – em circunstâncias ainda não totalmente esclarecidas – John Jairo Esquivel, em Saravena (departamento de Arauca), que era dirigente agrícola e pertencia à Guarda Camponesa local.
Nesta zona, abundam grupos armados ilegais e paramilitares ligados ao narcotráfico, que sujeitam as populações a extrema violência.
Com os casos agora reportados, o Indepaz afirma que, em 2022, foram assassinados no país sul-americano 58 dirigentes sociais e defensores dos direitos humanos. Entretanto, subiu para 15 o número de ex-guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP) mortos este ano.