Santos López foi sequestrado por quatro homens armados, no domingo passado, juntamente com um jovem membro da comunidade awá, no município de Tumaco (departamento de Nariño). Os corpos de ambos foram encontrados no dia seguinte, com marcas de balas.
Este é o caso mais recente de violência contra dirigentes sociais na Colômbia denunciado pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz), que contabiliza 40 assassinatos desde o começo do ano, 13 dos quais de dirigentes em comunidades originárias, além de 13 ex-combatentes das FARC-EP.
Segundo informa a TeleSur, José Santos López foi governador suplente no resguardo Awá de El Gran Sábalo, em Tumaco, por três vezes (2007, 2008 e 2018), o que lhe valeu grande respeito e o reconhecimento da sua comunidade.
De acordo com os registos do Indepaz, desde a assinatura do acordo de paz, em 2016, entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP), 1154 dirigentes sociais foram assassinados no país andino.
Carlos Alberto Vidal, sindicalista morto em Florida
Organizações comunitárias e sociais, assim como as autoridades locais, informaram que o reconhecido dirigente do Sindicato de Trabajadores de Cosecha Castilla (Sintraccos) foi morto a tiro no passado dia 29 no município de Florida (departamento de Valle del Cauca).
«os dirigentes sociais e sindicais são mortos porque "denunciam, confrontam, exigem direitos e, o que é 'pior' para os patrões, organizam a crítica, desvelando a farsa sob a qual se encobre o fascismo 'democrático' que governa a Colômbia"»
Sutimac
A Central Unitária dos Trabalhadores (CUT) emitiu uma nota de repúdio pelo assassinato do dirigente social e sindical do sector do corte de cana, na qual se dirigiou ao governo de Iván Duque para exigir a investigação dos factos e a punição dos responsáveis materiais e intelectuais.
Por seu lado, o Sindicato Único dos Trabalhadores da Indústria dos Materiais de Construção (Sutimac) «protestou por tão cobarde assassinato» e afirmou que «na Colômbia não se protege a vida».
Responsabilizando o «regime de Duque» por «esta barbárie», sublinhou que os dirigentes sociais e sindicais são mortos porque «denunciam, confrontam, exigem direitos e, o que é "pior" para os patrões, organizam a crítica, desvelando a farsa sob a qual se encobre o fascismo "democrático" que governa a Colômbia».
«O assassinato sistemático de líderes sociais, sindicalistas, ex-combatentes das FARC-EP e indígenas – sublinha o Sutimac – é fruto da cumplicidade por acção e omissão do regime Duque/Uribe.»
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